Como assim? Não se pode mais ter opinião?

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Em pleno Século XXI, século em que as oportunidades de comunicação se ampliam, assim como o acesso à informação é ilimitado, a facilidade de encontrar antigos amigos, conquistar novos, conversar em conjunto, crescer juntos e, sobretudo, aprendermos uns com os outros, está acontecendo justamente o contrário.

Temos todos os pré-requisitos para um crescimento mútuo surpreendente e, não crescemos. Muito pelo contrário, regredimos. Basta a sua opinião ser contrária à minha, e eu te “bloqueio”, te “excluo”, desfaço a “amizade”. O mesmo fazem as pessoas com relação a mim.

Acontece comigo, pode estar acontecendo contigo ou com a maioria de nós. Como assim? Não se pode mais ter opinião?

Não seria no debate, onde todos opinam, que temos mais oportunidade de conhecer algo novo? Algo sob outro olhar? Algo com as especificidades do mais “entendido” daquele assunto?

Creio sinceramente que estamos perdendo uma oportunidade única de nos tornarmos melhores. Analisem comigo se algo semelhante ocorre em suas relações, mais principalmente nas da web:
– É de esquerda? PTralha.
– É de direita? Alienado.
– Torce para o Atlético? Franga
– Torce para o Cruzeiro? Maria
E por aí vai…

Às vezes penso, sem estudo prévio, palpite mesmo, que o sentimento de preconceito, da intolerância, migrou para estes extremos. Há uma liberdade maior, porém, uma intolerância a ponto do ridículo.

E, sinceramente tenho muito medo. Até porque não me retiro deste quadro. Nunca fui preconceituosa, mas confesso, já andei “bloqueando”, por exemplo, quem ama mais países que vivem de “guerra” do que o nosso lindo Brasil, cheio de riquezas que estes insistem em não enxergar. “Bloqueei” também, alguns que lotavam meu feed de notícias feito “papagaios” de mídia (inclusive alguns que cresci admirando e somente nos últimos tempos descobri que são “a massa”, comandados pela mídia).

Meu lema sempre foi: adoro novas amizades, considerando que amigos precisam ser escolhidos sim, “à dedo”, porque a energia que eles nos trazem podem nos induzir para caminhos que podem nos distanciar de nossos próprios sonhos; porém, se não conviver com quadros opostos, nunca teremos parâmetros para as escolhas assertivas.

É meus amigos, sendo uma Psicanalista, Freudiana, amante de Frederick Nietzsche, continuo na linha deles: de Freud que sempre construiu suas posições a partir da “escuta” e de Nietz, que já dizia: “conviver com as pessoas é muito difícil, porque calar é muito difícil”.

Cientes, portanto, que estamos longe de repostas aqui. Como em tudo que nos propomos a pensar, ler, estudar, debater. Jamais teremos respostas absolutas, eternas, incontestáveis e unânimes sobre qualquer assunto. Sempre haverá alguém que discorde. Mesmo que não fale ou que não fiquemos sabendo que falou ou pensou.

Portanto, vamos nos ajudando. Precisamos nos tornar mais tolerantes e abertos ao debate e capazes de aceitar opiniões alheias.

Respeitar a opinião do outro é fantástico, mas se não está no ápice do equilibro emocional para entrar num debate e não se irritar, não irritar o outro e/ou não ser preciso correr… nem entre no debate. “Oculte” na sua página, saia um pouquinho da rede social e vá ler um livro, ouvir uma música, entre na página sem correr os olhos no feed de notícias, vá apenas naquelas que te elevam positivamente…

Eu tenho tentado e tem funcionado (não é sempre rsrs assim como tudo em nossa vida).

Afinal, sempre vale mais ser feliz e ter amigos a ter razão sempre.

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