Após o protesto pelo fim da violência nas escolas, realizado na manhã desta segunda-feira (2) por cerca de 200 alunos e professores do Instituto de Educação de Minas Gerais (Iemg), onde a professora Roseane dos Santos, de 46 anos, teria sido agredida na semana passada, cerca de 80 professores da rede estadual ocuparam o prédio da Superintendência Regional de Ensino (SRE), no bairro Santo Antônio, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O objetivo da ocupação é cobrar uma negociação com o Estado e protestar contra a violência nas escolas.
A manifestação dos alunos e professores aconteceu nos fundos da escola, na rua Paraíba, no bairro Funcionários, também na região Centro-Sul. O grupo fez um abraço simbólico ao prédio da instituição, onde a professora teria sido empurrada por alunos e fraturou uma perna na última quinta-feira (29). Os alunos prometem fazer novos atos ao longo desta segunda.
Já no início da tarde, os professores da rede estadual iniciaram uma nova mobilização, desta vez na SRE. Segundo as informações da Polícia Militar (PM), uma ocorrência relacionada à ocupação chegou a ser iniciada pelo porteiro do prédio da Regional Metropolitana A, localizada na rua Congonhas, porém, acabou encerrada por ser tratar de um movimento pacífico. O porteiro teria acionado a corporação em um momento em que eles impediam a entrada de pessoas no prédio, mas quando a corporação chegou já não havia qualquer problema.
Segundo o diretor do Departamento de Formação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), José Luis Rodrigues, os servidores chegaram ao prédio por volta das 12h. “O movimento faz parte da campanha salarial. Queremos que o Governo de Minas negocie a carreira dos servidores, ou mais de 100 mil pessoas ficarão sem emprego. Além disso queremos denunciar o assédio moral sofrido pela categoria, com toda esta violência dentro das escolas. Apesar de tudo, a secretária ainda não quer negociar com a gente”, afirmou.
Agora, o objetivo dos manifestantes é permanecer acampados no hall do edifício até que seja aberta uma negociação com a Secretaria de Estado de Educação (SEE). “A regional continuará funcionando normalmente no que depender da gente, só queremos resolver os nossos problemas, pois a Copa do Mundo está chegando”, disse Rodrigues.
Resposta
A SEE, por meio de sua assessoria de imprensa, encaminhou uma nota esclarecendo sobre a ocupação. Veja o documento na íntegra:
“Em relação à invasão da sede da Superintendência Regional Metropolitana A, em Belo Horizonte, por integrantes do SindUTE/MG, a Secretaria de Estado de Educação condena essa atitude, pois a mesma inviabiliza o funcionamento e o direito dos servidores de trabalharem. Lembramos que a paralisação, convocada pela entidade sindical, continua a perder força e o percentual de adesão tem caído sistematicamente. Praticamente todos os professores que atuam nas escolas estaduais de Minas Gerais estiveram em sala de aula na última sexta-feira.
De acordo com balanço realizado pela Secretaria de Estado de Educação (SEE), que abrange todo o estado, 391 dos 229.543 professores ativos da rede estadual de ensino não compareceram às escolas. Isso significa que 99,83% do total de docentes do estado trabalharam normalmente no dia de hoje.
Em relação a canais de negociação, o Governo de Minas reitera que continua aberto para o diálogo com as entidades representativas dos servidores da Educação. Na última terça-feira, dia 27 de maio, por exemplo, aconteceu a quarta reunião deste ano do Comitê de Negociação Sindical (Cones), que envolve entidades representativas de servidores do Estado em diversas áreas. A reunião desta terça contou com a presença do Sind-UTE. Este ano já foram realizados outras três reuniões do Cones (25/02, 25/03, 23/04). Em 2013, foram realizadas sete reuniões e em 2012, 12 reuniões”.
(O Tempo)