Manter o cartão de vacinas atualizado é fundamental para prevenir doenças e evitar internações e óbitos. Um aspecto importante que muitas pessoas desconhecem é o papel da vacinação durante a gravidez, que protege tanto as mamães quanto os bebês, funcionando como um escudo temporário para os pequenos.
“Os profissionais de saúde devem realizar ações no pré-natal, garantindo que as gestantes tenham conhecimento sobre os benefícios das vacinas que devem tomar durante a gravidez, pois o anticorpo da mãe é transferido para o bebê, proporcionando imunidade até que ele possa se vacinar”, destaca Lírica Mattos, diretora de Gestão da Integralidade do Cuidado da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
A vacina tríplice bacteriana acelular (dTpa), por exemplo, é recomendada a partir da 20ª semana de gestação e protege contra coqueluche, difteria e tétano.
A SES-MG reforça a importância dessa vacina para as gestantes, especialmente após dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apontarem quatro óbitos de bebês com menos de dois meses em Minas Gerais no ano passado. As mães de três dessas crianças não haviam se imunizado com a dTpa.
“Em 2024, tivemos mais de 600 casos e óbitos de crianças cujas mães não haviam se vacinado. Portanto, é fundamental que as gestantes garantam essa proteção para si e para o bebê”, enfatiza o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi.
A vacina dTpa faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e está disponível nas Unidades Básicas de Saúde de todos os 853 municípios de Minas Gerais. Caso não seja possível se vacinar durante a gravidez, a puérpera pode receber a dose até 45 dias após o parto.
Além das gestantes, a vacina também deve ser administrada em profissionais e estagiários da saúde, especialmente aqueles que atuam em ginecologia, obstetrícia, pediatria, UTI neonatal, além de doulas e funcionários de berçários e creches que cuidam de crianças de até quatro anos de idade, para evitar a transmissão da coqueluche.
A coqueluche
A coqueluche é uma doença infecciosa aguda e transmissível que compromete o sistema respiratório e pode levar à morte. As crianças, especialmente as menores de seis meses, estão mais suscetíveis a complicações, como hospitalizações e óbitos.
Os primeiros sintomas são semelhantes aos de um resfriado, com febre baixa, mal-estar, coriza e tosse seca. Em alguns casos, a tosse se intensifica, podendo causar vômitos e dificuldade para respirar.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica da SES-MG, até o dia 15 de janeiro de 2025, foram notificados seis casos suspeitos de coqueluche, sendo um confirmado, sem óbitos registrados. Em 2023, foram 157 casos suspeitos e 14 confirmados, também sem óbitos. Já em 2024, foram registrados 1.762 casos suspeitos, 673 confirmados e quatro óbitos.
Cobertura vacinal
Os dados mais recentes do Painel de Vacinação do Ministério da Saúde, que consideram o período de janeiro a outubro de 2024, mostram que Minas Gerais apresenta as seguintes coberturas vacinais para os três imunizantes contra a coqueluche:
- dTpa: 97,67%
- Pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B): 91,43%
- DTP (difteria, tétano e coqueluche): 91,20%
A meta vacinal estipulada pelo Ministério da Saúde é de 95%.