Brasil condena violações de direitos humanos na Venezuela; fronteira é fechada

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O Ministério das Relações Exteriores do Brasil manifestou, neste sábado (11), preocupação com as denúncias de violações de direitos humanos contra opositores do governo de Nicolás Maduro, na Venezuela. Em nota oficial, o Itamaraty destacou que os recentes episódios de prisões, ameaças e perseguições políticas no país vizinho são motivo de apreensão para o governo brasileiro.

As tensões se intensificaram após as eleições presidenciais realizadas em 28 de julho do ano passado, marcadas por denúncias de irregularidades. Apesar de reconhecer gestos como a liberação de 1,5 mil detidos e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas, o governo brasileiro criticou a repressão a opositores.

“Para a plena vigência de um regime democrático, é fundamental que se garantam a líderes da oposição os direitos elementares de ir e vir e de manifestar-se pacificamente com liberdade e com garantias à sua integridade física”, afirmou o Itamaraty. O Brasil também apelou ao diálogo entre as forças políticas venezuelanas, com respeito aos direitos humanos, como forma de resolver as controvérsias internas.

Fechamento da fronteira

Na noite de sexta-feira (10), o governo venezuelano anunciou o fechamento temporário da fronteira com o Brasil até a próxima segunda-feira (13). O Itamaraty informou que brasileiros na Venezuela podem buscar assistência nos plantões consulares da Embaixada do Brasil em Caracas e do Vice-Consulado em Santa Elena de Uairén.

O anúncio ocorreu no mesmo dia em que Nicolás Maduro foi empossado para seu terceiro mandato, com duração até 2031. Durante a cerimônia, realizada na Assembleia Nacional, em Caracas, Maduro criticou países que contestaram sua posse e alegou tentativas de boicote internacional.

Prisões e repressão

A posse de Maduro foi precedida por episódios de repressão contra opositores. Na última quinta-feira (9), circularam notícias sobre a prisão da líder opositora María Corina Machado durante um protesto. Posteriormente, foi informado que ela teria sido obrigada a gravar vídeos negando a detenção como condição para sua liberação.

Outro caso que gerou repercussão foi a prisão do ex-candidato à presidência Enrique Márquez, acusado de planejar um golpe de Estado. Segundo o governo venezuelano, Márquez articulava uma posse paralela do opositor Edmundo González em uma embaixada venezuelana no exterior.

Relações diplomáticas estremecidas

O clima de tensão entre Brasil e Venezuela também foi agravado por críticas de Maduro ao governo brasileiro, que ele acusou de vetar a entrada da Venezuela no grupo dos Brics durante a cúpula realizada em Kazan, na Rússia, em novembro. O episódio contribuiu para o aumento das rupturas diplomáticas, que também envolvem a Argentina e o Paraguai.

A situação política na Venezuela segue acompanhada de perto por diversos países, que apontam desafios à democracia e à estabilidade no país.

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