O presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador Herbert Carneiro, que morreu nesta sexta-feira, 6 de abril de 2018, recebeu diversas homenagens ao longo do dia. Desde cedo, familiares, amigos, autoridades, magistrados e servidores passaram pelo velório, realizado no plenário do Órgão Especial, no edifício sede. À tarde, foi celebrada uma missa de corpo presente.
Durante a cerimônia, o padre Alexandre Fernandes afirmou que a morte é uma lembrança da fragilidade e limitação do ser humano. “Somos pecadores e necessitamos da misericórdia de Deus”, refletiu. Ele disse que a morte é um grande absurdo, com o qual os seres humanos nunca se acostumarão. “As Escrituras dizem que Deus chora a nossa morte. Mas a nossa maior preocupação não deve ser a morte física e sim a morte espiritual, que é quando o homem se afasta de Deus, quando ele tenta se emancipar”, disse.
Amor
O padre ressaltou o grande amor de Deus, que, por meio da encarnação, decidiu entrar na história do homem, levando esse ato de amor às últimas consequências. “Conseguimos visualizar o nascimento de Jesus, mas temos mais dificuldade para compreender a redenção e a salvação. A ressurreição não teve testemunhas”, afirmou. Durante a missa, o padre lembrou que o fundamento da fé cristã é que aqueles que estiverem com Cristo ressuscitarão para viver a eternidade. Ele disse que a experiência dolorosa da morte não pode levar as pessoas a deixarem a fé de lado.
O pároco agradeceu pela vida de doação vivida pelo presidente Herbert Carneiro, que sempre agiu com bondade e preocupação com o outro, sobretudo os pobres e os encarcerados. “Acompanhei a sua trajetória. Era um homem de grandes responsabilidades”, disse. O padre Alexandre falou sobre a última visita que fez ao hospital, momento em que o desembargador se manifestou acerca da morte: “Se Jesus me chamar, eu estou preparado. E ele está me chamando”.
Gratidão
O padre pediu orações pela família e disse que o momento é de gratidão pelo dom da vida concedida ao presidente Herbert Carneiro todos esses anos. “Em Cristo, sabemos da imortalidade da alma. Cristo o chamou. Que ele o receba e lhe dê o descanso eterno”, finalizou.
Após a missa, o presidente em exercício, desembargador Geraldo Augusto, disse algumas palavras, que ele considerou “opacas e inexpressivas” diante do momento de grande emoção. O magistrado destacou as inúmeras qualidades do colega, um amigo que, segundo ele, tinha a extraordinária capacidade de pacificar situações e de levar à união. “Ele foi um exemplo de trabalho diário. Mesmo enfrentando o peso da enfermidade, vinha ao Tribunal para trabalhar. Um exemplo de cidadão, honrado, digno e comprometido com o que fazia. Só podemos agradecer e reconhecer a sua trajetória”, disse.
Para o presidente em exercício, o momento de dor passará e cederá lugar a uma suave saudade. “Sua imagem e lembrança não desaparecerão. Pela fé, sabemos que iremos reencontrá-lo na presença de Deus.”
Homenagens
As homenagens prestadas no prédio sede foram encerradas com as palavras do advogado Aristoteles Atheniense, que também destacou a bondade do presidente Herbert Carneiro, citando seus atos de generosidade e o tratamento sempre respeitoso dispensado a qualquer pessoa. “Nos despedimos não só de um magistrado íntegro, mas de um homem de bem”, afirmou.
Após a missa, o corpo seguiu, acompanhado de um cortejo, até o Cemitério Parque da Colina, onde foi cremado. A despedida final foi acompanhada apenas por familiares.
O presidente em exercício, desembargador Geraldo Augusto, agradeceu as homenagens prestadas ao presidente Herbert Carneiro ao longo de toda a sexta-feira por amigos, magistrados, familiares, servidores, autoridades e representantes de órgãos públicos.
Desembargador Herbert Carneiro
O desembargador Herbert Carneiro, natural de Conceição do Mato Dentro, é filho de Bruno Pires Carneiro e Ivoniles de Almeida Carneiro. O magistrado deixa a esposa Denise Pires Silva Carneiro e dois filhos, Thiago Pires Silva Carneiro e Naiara Pires Silva Carneiro.
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(Fonte: TJMG)
