TODOS NÓS SOMOS ECONOMISTAS

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Já perceberam como os preços dos alimentos oscilam no Brasil? Arroz, feijão, hortigranjeiros, leite, carne, tudo. As justificativas são várias, desde o clima como falta ou excesso de chuvas, os custos de produção, os atravessadores, o estoque regulador do governo e diversos outros motivos para justificar altas assustadoras de preço. Muitos, também aproveitam a “onda especulativa” de informações para aumentar os preços dos produtos ao consumidor e ganhar mais. Mesmo com a crise no país, o grande número de desempregados no mercado, a falta de recursos das famílias para aquisição de alimentos, os preços sobem, e muito. A grande maioria dos brasileiros tem que reestruturar suas contas todos os meses para que o consumo dos alimentos esteja enquadrado dentro de seu orçamento. Mas existem duas pontas neste jogo especulativo do preço dos alimentos: a oferta e a procura. A oferta vem do produtor, do distribuidor e até mesmo do varejista e a procura somos nós, consumidores. Estamos acostumados a consumir os mesmos produtos e muitas vezes da mesma marca, as mesmas frutas, os mesmos legumes. Esta nossa fidelidade de consumo de produtos pode significar o nosso comprometimento financeiro. Devemos lembrar que os preços aumentam não apenas devido aos problemas no campo ou aos atravessadores, mas também devido a nossa previsibilidade de consumo. Todas as empresas do setor do agronegócio brasileiro conhecem tudo sobre nós. Sabem o que gostamos mais de consumir, quanto consumimos e as marcas que preferencialmente consumimos. Você sabe quanto consome de arroz ou feijão por ano? Não? Não se preocupe, pois o agronegócio sabe. Temos que deixar de ser previsíveis. O mineiro tem a preferência por consumir o feijão carioquinha. Devido a reduzida oferta deste feijão no mercado o seu preço subiu a ponto de ter o seu valor três vezes maior que o feijão preto ou o vermelho. Será que não podemos abrir mão do feijão carioquinha por algumas semanas e consumir o feijão vermelho ou preto? Se não comprarmos o feijão carioquinha, ou seja, se a procura despencar, não será a reduzida oferta que fará o preço subir, sob risco de perder a mercadoria. Observem que quando temos promoções nos mercados, com preços muito reduzidos, é um indicio de que o produto está perto de ter a sua data de validade vencida. E as carnes? Na entressafra o preço da carne vermelha aumenta significativamente, mas observem que a carne de frango e a carne de porco apresentam preços muito menores e em muitas ocasiões, até mesmo a carne de peixe; carnes consideradas pelos nutricionistas mais saudáveis. É possível substituir por alguns dias a carne vermelha por outras carnes e com isto, forçar a sua queda de preço.

Nós, a população consumidora, somos como o boi, ou seja, não sabemos a forca que temos. Pesquisar preços, evitar adquirir produtos alimentícios que apresentaram altas surreais e substituí-los por produtos mais em conta devem fazer parte da nossa rotina de consumidor. Se não mudarmos os nossos hábitos continuaremos escravos dos preços que nos são impostos, comprometendo cada vez mais o nosso orçamento familiar.

Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?



– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;

– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br

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