A TECNOLOGIA DA IRRIGAÇÃO

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Está faltando água em parte do Brasil, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Apesar desta escassez, os governos, por forca da lei, não podem deixar faltar água para abastecimento urbano e dessedentação humana e animal, ou seja, o homem e os animais não podem morrer tendo como causa a falta de água no Brasil, apesar que, na prática, sabemos que isto acontece com muita frequência, principalmente a morte dos animais. No Brasil, mais de 70% da água utilizada tem um destino certo: a agropecuária. A atividade agrícola para ser de alta eficiência, precisa ter todos os seus fatores produtivos inseridos no sistema como a adubação, o controle de pragas e doenças, a mecanização e principalmente, a irrigação. As plantas precisam de água, muita água, para completar todo o seu ciclo e serem altamente produtivas. Em certas regiões do Brasil, onde o clima é quente e seco no período de inverno, as pastagens secam durante meses sendo impossível o pastoreio pelos animais com o produtor rural dependendo das chuvas para reiniciar as suas atividades. Com a irrigação isto não acontece. Com o manejo e as técnicas adequadas, incluindo a irrigação, o produtor consegue manter até 15 cabeças de gado por hectare, mesmo durante o período seco.

O período seco é excelente para a produção agrícola e das pastagens. Temos muito sol e calor neste período, fatores que favorecem muito os sistemas produtivos agrícolas pois as pragas e as doenças das plantas praticamente desaparecem. Mas precisamos de água, pois neste período as plantas utilizam mais água. Mas, cadê a água? Podemos perceber que, devido ao uso excessivo de irrigação, sem a utilização das técnicas adequadas e sem o controle necessário torna-se impossível realizar esta importante etapa do processo produtivo da agropecuária pois não tem água, ou a água que tem é pouca e a prioridade é o uso humano e para matar a sede dos animais. O produtor tem que ter a sua caixa de água na propriedade, a sua reserva para o período de escassez, e ainda manter os níveis dos rios e compartilhar com todos os demais, afinal, a água é um bem comum. Não estamos falando das caixas de água de fibra de mil ou dez mil litros, estamos falando do solo, a verdadeira caixa d`água da natureza. Para que consigamos manter esta caixa de água natural sempre cheia, para que todos possam utilizar, torna-se necessário armazenar o máximo de água possível no solo durante o período chuvoso e para isto precisamos das árvores e das vegetações em pontos estratégicos da propriedade como nos topos de morros e nas encostas. Sem elas as águas das chuvas terão um destino certo: rios e mar ficando o produtor a míngua durante o período seco e com problemas sérios até mesmo para matar a sede do gado.

Todos nós devemos refletir sobre a nossa nova realidade hídrica. As mudanças climáticas estão verdadeiramente acontecendo. Culpa do homem? Acredito que sim, apesar de muitos cientistas afirmarem que não. Mas, sendo culpa do homem ou não, a realidade é que a falta de água é um fato que estamos sentindo na pele.

Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?

– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;

– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br

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