Paulo Henrique Silva – Mas afinal de contas e a tal da cidadania, por onde anda?

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É muito comum no nosso dia a dia ouvirmos alguém esbravejar ao nosso lado frases do tipo: “Eu pago meus impostos e tenho os meus direitos, sou um cidadão!”.

Geralmente entoadas no calor de situações de estresse, como por exemplo, no caso de aguardar atendimento em algum posto de saúde pública, aonde os médicos de plantão podem estar um tanto quanto ‘desanimados’ para assistir a população com a atenção e dignidade que qualquer ser humano merece, frases assim soam como um acordar momentâneo para um sentimento que deveria fazer parte em todos os momentos da vida em sociedade, mas nem sempre é assim, pelo contrário, o que se observa no nosso país é a postura individualista, inerente ao ser humano, mas corrosiva quando a questão é a coletividade.

Como desejar uma sociedade equilibrada, somente na base dos direitos? E os deveres, como ficam? E aí, por onde anda a tal da cidadania?

Cidadania é um termo de origem etimológica no latim civitas, que significa cidade; logo, diretamente ligada ao coletivo, que por sua vez é composto de direitos e, obviamente, deveres.

Ilusão pensar em direitos – bônus, sem atrelá-los aos deveres – ônus.

Se todo cidadão pensar somente nos seus direitos, sem ter uma postura cidadã, que é justamente cumprir com os seus deveres e praticando a cidadania, o resultado é uma sociedade desequilibrada do ponto de vista da garantia dos direitos de cada indivíduo. Isto é coletividade, viver em sociedade!

Tudo em sociedade é do coletivo, jamais individual e, sendo assim, participar do desenvolvimento de cada município é dever, obrigação, de cada cidadão.

Chega o período de eleição, a grande maioria vota no candidato que se tem mais afinidade ou aquele que apresentou as melhores propostas e depois, ”entrega para Deus”…

Daí para frente é com Ele, que Ele ‘ilumine’ o candidato eleito para que faça aquilo que se é desejado de um representante público.

Ir a uma plenária da Câmara Municipal? “Ah, não tenho tempo para esta ‘bobagem’”.

Ir a uma reunião do Conselho Municipal de Saúde? “Marquei uma cervejinha com o compadre, deixa pra outro dia”.

Reunião de pais e professores na escola dos filhos? “Ah, mas aquelas professoras são ‘chatas’, não entendem os meus filhos”.

Cidadania é a consciência de coletividade, é garantir a posse de direitos civis, políticos e sociais, individuais e coletivos, através do compromisso de cumprir com os deveres que são de responsabilidade de cada indivíduo.

Só não podemos ser como o Homer Simpson, que sentado no sofá, sempre diz: “Se a culpa é minha, eu ponho em quem quiser”.

Forte abraço!

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