Startups aceleradas pelo Seed aumentam faturamento e impactam economia mineira

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Metade da jornada já foi cumprida pelas startups aceleradas pelo Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (Seed), programa do Governo mineiro conduzido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes). Na última quarta-feira (14/9), as empresas completaram três meses de aceleração – metade do período total da rodada – e já colhem os frutos da participação no programa.

Os números comprovam que o investimento feito pelo Governo gera impactos diretos na economia mineira: neste período, as 40 startups participantes receberam R$ 2.843.760 em investimentos do Seed, além de R$ 8 milhões em investimentos externos – isto é, incluindo valores vindos de outros investidores que apostaram em suas ideias inovadoras. As empresas geram hoje cerca de 160 empregos, e o faturamento total das aceleradas passou de R$ 1.814.893, em 2015, para R$ 2.560.544, em 2016.

“Nesta nova rodada do Seed temos muitos diferenciais. Um deles é que, ao final do programa, queremos que todas as empresas saiam já na fase de vendas, independentemente do estágio de desenvolvimento em que entraram”, conta a coordenadora de Aceleração de Startups do Seed, Carla Leite.

Para tanto, as 40 startups selecionadas – dentre elas, 20 mineiras, dez de outros estados e outras dez estrangeiras – foram divididas em três grupos, de acordo com a fase de desenvolvimento de cada. “Assim, oferecemos mentoria personalizada e trabalhamos melhor o conteúdo para cada grupo”, explica Carla.

Criadores do primeiro sistema de monitoramento fotovoltaico universal do país, o engenheiro elétrico Jean Diniz e seus dois sócios comemoram o crescimento do negócio, batizado de AWC, depois da entrada no Seed. “Em três meses, dobramos o nosso faturamento e aumentamos todas as nossas metas para além de nossas expectativas”, relata Diniz.

A tecnologia, que permite a gestão inteligente de energia, unifica as informações dos sistemas de geração fotovoltaica em uma plataforma única e customizável. “As empresas que fazem a instalação dos painéis para os clientes utilizam diferentes marcas de equipamentos e, para tanto, precisam gerenciar vários portais para monitorar o funcionamento do sistema. Criamos uma plataforma que concentra todas as informações em uma única tela e analisa os dados para os prestadores de serviço e para os proprietários das usinas”, explica o engenheiro.

Com a entrada no Seed, a AWC foi estimulada a retomar o contato com os clientes de forma sistematizada, para entender melhor suas demandas. Assim, os sócios fizeram uma ampla pesquisa de mercado antes de começar o desenvolvimento de fato do produto. “Este apoio que recebemos do programa, principalmente em áreas nas quais temos mais dificuldade, é que possibilita a evolução da startup”, ressalta Diniz.

Para o engenheiro, outro ponto importante foi o desenvolvimento do processo de venda do sistema. Eles entraram no programa como parte do primeiro grupo – em fase inicial de desenvolvimento – e agora já estão no segundo. “Acabamos de participar da maior feira de energia solar do Brasil e conseguimos dois contatos importantes, com um distribuidor e um fabricante, que gostaram da nossa solução e têm interesse em fechar parcerias conosco. Não chegaríamos onde estamos sem a ajuda do Seed”, conclui.

Os sócios da BeerOrCoffee, vencedora do Startup Games Brasil (Divulgação/Arquivo Pessoal)

Aplicativo premiado

Na outra ponta, a startup BeerOrCoffee já entrou no Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (Seed) no terceiro grupo – isto é, já com o produto desenvolvido e em fase de vendas. A empresa mineira, que conecta pessoas com interesses comuns, colhe os frutos do trabalho e da aceleração. A BeerOrCoffee ficou em primeiro lugar no Startup Games Brasil, entre mais de 50 empresas nacionais e internacionais de tecnologia e informação.

Realizada em agosto no Rio de Janeiro, a competição faz parte dos programas de empreendedorismo do governo britânico e é conhecida como as olimpíadas das startups. A segunda e a terceira posições também foram ocupadas por empresas aceleradas pelo Seed.

O BeerOrCoffee é um aplicativo de networking, que, a partir de um convite para um café ou uma cerveja, une pessoas próximas ou com interesses em comum, criando oportunidades de negócios e troca de experiências. “Quando chegamos ao Seed abrimos o aplicativo para todos os usuários. Antes, uma pessoa só podia entrar a convite de outra. Entramos com cinco mil usuários e agora temos 12 mil”, comemora a sócia fundadora Roberta Vasconcellos.

A empresa planeja alçar voos ainda mais altos. “No Seed, temos metas estabelecidas e sempre buscamos novos desafios. Hoje, crescemos 10% a cada semana, e a ideia é chegar aos 100 mil usuários até o final do ano”, conta Roberta.

“O programa abre diversas oportunidades de negócios, como o próprio Startup Games, que foi uma grande vitrine para nós e do qual não teríamos tido a oportunidade de participar se não fosse pelo Seed. Além disso, há um cuidado muito grande com os conteúdos que são oferecidos.”, Roberta Vasconcellos, sócia de startup em desenvolvimento no Seed.

Aceleração personalizada

“Um dos grandes diferenciais do Seed é que oferecemos um programa de aceleração personalizado para cada startup, isto é, estudamos e fazemos um diagnóstico de cada uma, procurando entender suas necessidades. Preparamos conteúdo específico para ela se acelerar neste período conosco”, explica a diretora geral do programa, Silvana Braga.

A personalização é importante, já que o programa recebe empresas em diversas fases de desenvolvimento. A rodada, que acaba no dia 14 de dezembro, desta vez foi pensada de forma diferente. “Antes, o Seed recebia empresas prioritariamente em fase inicial de desenvolvimento. Hoje, a maioria das nossas aceleradas está já em fase de vendas, e aquelas que não estão sairão daqui neste estágio”, destaca a coordenadora de Aceleração de Startups do Seed, Carla Leite.

Assim, cada startup tem um agente de aceleração, que é como um consultor para a empresa e a acompanha do início ao final do programa, desenvolvendo metas e procurando mentorias específicas de acordo com a demanda do negócio.

Além disso, o Seed oferece cursos, workshops e palestras para as aceleradas. “Neste ponto que estamos da rodada, a maior parte do pessoal já evoluiu para o grupo seguinte”, conta Carla. Durante a aceleração, as startups têm metas para cumprir, e, de acordo com o edital, pelo menos 10% das startups deixam o programa na metade da rodada.

Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (Seed)

Sob condução da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), o Seed tem como objetivo incentivar o empreendedorismo e transformar Minas Gerais em um polo tecnológico, por meio de ideias inovadoras.

O programa tem alcance internacional e busca atrair empresas de todo o mundo para o ambiente do estado, estabelecendo um ecossistema de integração, troca de experiências e geração de resultados.

Considerado pela Bloomberg Foundation um dos grandes projetos de inovação do setor público no mundo, o programa tem como diferencial a não exigência de CNPJ ou participação do Governo no negócio criado pelas startups.

Na nova gestão e rodada do programa, foram feitas algumas mudanças, como, por exemplo, o diferencial na política de concessão dos recursos: o sistema de verba permite que o incentivo financeiro (de até R$ 80 mil) seja concedido por antecipação, deixando de ser por reembolso. Além disso, a contrapartida exigida, que antes era de 10%, passa a ser de apenas 5% nesta edição.

Outra mudança foi no local do programa, que agora funciona no espaço CentoeQuatro, na região central de Belo Horizonte. O espaço recebeu as adequações necessárias para o melhor funcionamento do programa.

(Agência Minas)

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