Rodrigo Maia é eleito presidente da Câmara dos Deputados

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O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito na madrugada desta quinta-feira (14/7), com 285 votos, presidente da Câmara dos Deputados. Ele venceu no segundo turno o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que era apontado como candidato favorito do Palácio do Planalto e que teve 170 votos. Outros cinco deputados votaram em branco.

Caso o Senado confirme o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff, o deputado fluminense passa a ser o segundo na linha sucessória do país. Em seu quinto mandato, Maia é filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia, já presidiu o Democratas e foi duas vezes líder do partido.

Governar com simplicidade

Maia disse que vai governar com simplicidade para pacificar o plenário. “Cheguei aqui muito novo, ter oportunidade de estar presidindo os trabalhos, sendo um dos 513 deputados que, junto comigo, comandarão a Casa. Vamos a partir de amanhã governar com simplicidade”, disse.

O novo presidente prometeu fazer uma gestão de diálogo da maioria com a minoria. “Temos muito trabalho a fazer, pacificar esse plenário, dialogar, maioria com minoria, temos uma maioria do governo que é importante para o Brasil, mas temos uma pauta da sociedade que vem através de cada um de nós que precisa ser debatida, discutida e votada. Porque não só apenas do governo que vem as boas ideias, de cada um dos nossos mandatos e de cada um dos nossos eleitores que vivem o dia a dia saem boas ideias”, disse.

Após a divulgação do resultado, alguns deputados chegaram a gritar “Fora, Cunha!” em referência ao fato de Rosso ser apoiado pelo deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Maia agradeceu a Rosso, candidato derrotado, e disse que a disputa foi “limpa”. “Foi uma disputa limpa, na política e é assim que tem que ser”, disse.

Após o resultado, Rosso disse que o parlamento ganha com a vitória de Maia. “Acho que a grande tarefa dele será unir a Casa, todos os deputados”, disse.

Rodrigo Maia é eleito presidente da Câmara dos Deputados (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

Eduardo Cunha

O novo presidente da Câmara não definiu prazo para a votação final do processo de cassação do ex-presidente das Casa deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Perguntado sobre o caso, Maia elogiou a gestão de Cunha, disse que ajudou a elegê-lo e ponderou que o desfecho do processo deve ocorrer “dentro das regras da Casa” e quando houver “quórum adequado”.

“Vamos colocar em votação quando [o processo] estiver pronto para tal”, disse Maia ao ser perguntado se a cassação de Cunha poderia ser votada pelo plenário ainda esta semana. “Não estou aqui nem para ajudar, nem para prejudicar o Eduardo”, acrescentou.

Antes de chegar ao plenário, o processo de Cunha depende de decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ontem (13), a comissão adiou, mais uma vez, a votação do recurso de Cunha contra a decisão do Conselho de Ética, que aprovou a representação do PSOL e da Rede que pede a cassação do mandato do peemedebista.

Apoios

Logo após tomar posse na presidência da Câmara, Rodrigo Maia disse que sua vitória só foi possível graças ao apoio dos partidos de oposição ao governo do presidente interino, Michel Temer. “Sem a esquerda não venceria. O resultado da votação provou que é possível construir um novo momento. Tivemos votos da base e da oposição”.

Em troca do apoio recebido dos partidos de oposição a Temer, Maia disse que vai garantir o direito das minorias. Ele, no entanto, afirmou que os partidos que o apoiaram no segundo turno da disputa contra Rogério Rosso (PSD-DF) não apresentaram sugestões de pauta a serem analisadas como prioritárias.

Prioridades

Perguntado sobre a pauta de votações, Maia disse que as prioridades são a proposta de emenda Constituição (PEC) do teto de gastos públicos, o alongamento da dívida dos estados com a União, a PEC dos Precatórios, o projeto que muda as regras de exploração da camada do pré-sal e a reforma da Previdência, que ainda está em discussão entre o Palácio do Planalto e centrais sindicais.

Alinhado com o discurso do presidente interino, Michel Temer, Rodrigo Maia disse que a Câmara terá que debater e votar pautas consideradas impopulares. “Os deputados são eleitos não apenas para aumentar despesas e serem aplaudidos. Estamos aqui também para votar aquilo que seja impopular”, disse. “Pode ser impopular agora, mas temos que olhar para frente”.

Rodrigo Maia também reconheceu a necessidade de o Parlamento ter “coragem” para aprovar uma reforma política. “Temos que ter um grande debate nessa Casa porque o sistema político que está ai ruiu. De forma consensuada e conjunta, teremos que debater a reforma política e enfrentar esse modelo falido”.

(Agência Brasil)

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