Os cerca de 235,6 mil km² que compreendem a extensão mineira da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco estão poluídos por esgoto doméstico. Municípios como Belo Horizonte, Contagem, Sabará e Betim, na região metropolitana, são os que mais contribuem para o problema, já que os resíduos vindos dessa área do Estado são despejados nas águas do rio das Velhas, um dos principais afluentes do Velho Chico.
O problema foi destacado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), que em um evento na manhã de ontem comemorou o Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco. A data é oficialmente celebrada em 3 de junho. O órgão exige que o governo federal realize a revitalização de toda a bacia, incluindo a melhoria no tratamento de esgotos despejados.
A situação foi atestada por diversos estudos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No caso da região metropolitana, o maior problema está no tratamento parcial dos dejetos. De acordo com a professora do Departamento de Engenharia Sanitária da UFMG Silvia Corrêa Oliveira, que estuda a parte mineira do rio há sete anos, são encontrados em toda a bacia coliformes fecais e nutrientes como fósforo e nitrogênio, principais poluentes.
“Nenhuma cidade mineira trata o esgoto por completo. Os coliformes e os nutrientes são despejados. Podemos dizer que os nossos principais afluentes, como o rio das Velhas, estão mortos por tanta poluição”, afirmou.
Responsável pelo saneamento na região metropolitana, a Copasa não havia se posicionado sobre o assunto até o fechamento desta edição.
Transposição
O Ministério da Integração Social informou que as obras de transposição do rio São Francisco já estão 86,3% concluídas e devem ser entregues em dezembro deste ano.
O órgão diz que o projeto beneficiará 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, além de 294 comunidades rurais próximas aos canais.
Esgoto doméstico polui o rio São Francisco em Minas Gerais (Foto: CBHSF/Divulgação)
(Fonte: O Tempo / Repórter: Débora Costa)