Período de seca exige cuidados redobrados na prevenção à Febre Maculosa Brasileira

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Ainda que os casos de Febre Maculosa Brasileira possam acontecer durante todo o ano, é preciso redobrar os cuidados na prevenção entre os meses de abril e novembro, conhecido como período de seca. A doença infecciosa é transmitida por meio da picada de carrapatos infectados com a bactéria Rickettsia rickettsii.

A referência técnica do Programa da Febre Maculosa Brasileira da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Grais (SES-MG), Bruna Dias Tourinho, explica que nesta época do ano “há predomínio das formas de larva e ninfa do carrapato (chamados de micuins e vermelhinhos), que são pequenas e difíceis de serem visualizados no corpo. Por esse motivo, elas tendem a permanecer mais tempo aderidos no corpo das pessoas até que sejam identificados e retirados. Consequentemente, o risco de infecção e a frequência de casos de febre maculosa que são maiores neste período do ano”.

Bruna esclarece, ainda, que “populações expostas a ambientes onde há presença de carrapatos (áreas rurais, matas, cachoeiras, pasto sujo, áreas com presença de animais domésticos ou silvestres, parques, beira de rios e lagoas) ou a animais que participam do ciclo de transmissão da doença (roedores, cães, cavalos, capivaras e bois), ou aqueles que frequentam áreas onde a transmissão da FMB é conhecida, são as que apresentam maior risco para se infectarem”.

Dessa forma, é importante que a população esteja atenta para a vistoria frequente do corpo e retirada de carrapatos o quanto antes.

Sintomas da Febre Maculosa Brasileira

No estágio inicial, os sintomas da doença incluem febre, em geral alta, dor de cabeça, dores musculares intensas, mal estar generalizado, náuseas e vômitos.

Bruna Dias Tourinho destaca a necessidade de estar atento aos sintomas, uma vez que podem ser facilmente confundidos com outras doenças. “É fundamental que, diante dos primeiros sinais, o paciente procure o serviço de saúde imediatamente e relate ao profissional médico que esteve em áreas propícias para a presença de carrapatos”.

Em Minas Gerais, no período de 2000 a 2015, os casos de Febre Maculosa Brasileira ocorreram principalmente nas macrorregiões Centro (22,4%), Leste (21,2%), Nordeste (15,3%) e Sudeste (13,0%) do estado. Os municípios que apresentaram o maior registro de casos da doença neste período foram Juiz de Fora (10,3%), Coronel Fabriciano (7,5%) e Santa Luzia (3,3%).

Tratamento pelo SUS

A partir da suspeita de Febre Maculosa Brasileira, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, não se devendo esperar a confirmação laboratorial do caso. A duração do tratamento irá depender da gravidade do caso, mas recomenda-se que ele continue até três dias após o término da febre.

Confira abaixo os principais cuidados a serem tomados na prevenção da Febre Maculosa Brasileira:

– Ao frequentar áreas propícias para a presença de carrapatos (áreas rurais, matas, cachoeiras, pasto sujo, áreas com presença de animais domésticos ou silvestres, parques, beira de rios e lagoas), devem ser tomados os seguintes cuidados:

– Utilizar repelentes à base da substância Icaridina, que são eficazes na prevenção de picadas por carrapatos;

– Utilizar vestimentas longas e de cor clara, que permitem a fácil visualização dos carrapatos, além de calçados fechados e de cano longo são bastante importantes;

– Evitar sentar ou deitar em gramados nas atividades de lazer, como caminhadas, piqueniques ou pescarias;

– Examinar o corpo com frequência, tendo em vista que quanto mais rápido os carrapatos forem retirados, menor a chance de infecção;

– Se verificada a presença de carrapatos, retirá-los com leves torções e evitando o esmagamento de seu corpo com as unhas (já que pode haver contato com a bactéria presente no animal dessa maneira);

– Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI’s) nas atividades desenvolvidas em ambientes propícios para a presença de carrapatos (macacões de manga comprida, meias e botas de cor clara);

– Manter pastos, lotes e áreas públicas sempre limpas, para evitar a proliferação de carrapatos;

– Utilizar carrapaticidas periodicamente em cães, cavalos e bois, conforme recomendações do profissional médico veterinário.

(Agência Minas)

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