Especialista diz que atividade física em excesso pode afetar o coração

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Com a chegada do verão e das férias, muitas pessoas planejam viagens e atividades físicas, seja com o intuito de se divertir, sair da rotina, melhorar a aparência física, se exercitar ou mesmo se desestressar.

Os programas são diversos e incluem desde uma simples caminhada, benéfica à saúde do coração e da mente, até performances mais elaboradas, como participar de maratonas, pular de bung jump, escalar montanhas e andar de kart em alta velocidade. Tais atividades elevam a frequência cardíaca, podendo causar complicações em pessoas que apresentem quadros de doenças cardiovasculares ou possuam histórico na família.

Segundo o cardiologista Francisco Antonio Helfenstein Fonseca, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), embora o risco seja pequeno, tendo como exemplo as maratonas, quando o esforço físico é maior do que o habitual, é importante que seja realizada uma avaliação médica antes de realização de qualquer atividade que possa comprometer o funcionamento do corpo e principalmente do coração.

O médico argumenta que, se o indivíduo estiver habituado à realização de exercícios de grande impacto, a chance de ocorrer algum fator adverso é pequena. No entanto, ele aconselha que, antes de praticar qualquer atividade física, é importante a consulta a um médico especialista, de confiança do paciente, além da realização de uma avaliação prévia, pois, conforme alerta, a maioria dos casos de patologias e diagnósticos é desconhecida ao doente.

“Existem alguns casos raros de pessoas que nascem com alterações cardíacas, um músculo do coração de maior diâmetro, uma hipertrofia do músculo cardíaco, ou doença desconhecida do paciente em valva cardíaca, trajeto de coronária anômalo, ou doença estrutural cardíaca que pode se associar com arritmias, por exemplo, e essas pessoas podem, sob estímulos de esforço físico, deflagrar arritmias que talvez sejam letais”.

Fonseca também salienta que, ao definir o cronograma das férias e as atividades que serão realizadas nesse período, é importante que a pessoa leve em conta seu histórico, se seus pais ou familiares já tiveram problemas relacionados ao excesso de esforço físico, se existe alguma doença de origem cardiovascular ou comorbidade, além de possuir aprovação médica que valide a prática de exercícios e atividades de forte impacto.

Outro ponto importante é saber se não existe nenhuma complicação que no passado tenha inviabilizado a prática relacionada ao esforço físico, além da checagem com os pais e familiares mais próximos que permita saber se houve um acompanhamento médico regular desde a infância com consultas periódicas com o pediatra e o hebiatra (médico para adolescentes), que comprovem a inexistência de nenhuma doença grave.

Conforme o cardiologista, a prática de esportes radicais deve-se ser acompanhada por profissionais da área médica, com avaliações e exames preventivos antecipatórios.

“Se você vai saltar de paraquedas, durante a queda ao solo, pode haver complicações cardíacas. Como exemplo, alterações de válvulas cardíacas em alguns pacientes com doença prévia podem propiciar alterações agudas de doença do coração. Então, sempre que for praticar um esporte radical, o interessante é fazer um exame para saber como está a sua saúde”.

O especialista ressalta que normalmente existe um pensamento equivocado de que os problemas cardiovasculares estão apenas restritos aos adultos, quando na verdade podem ocorrer em jovens.

“Existem doenças congênitas não diagnosticadas que podem expor ao risco. Convém lembrar que dados de autópsia comprovaram que 50% de pessoas que faleceram entre os 21 e 25 anos possuíam placas de gordura nas coronárias que não chegam a obstruir a coronária, mas representam lesões iniciais da aterosclerose na parede dos vasos, que é de maior magnitude entre os jovens fumantes, sedentários, hipertensos ou com história pessoal ou familiar de colesterol elevado”; diz.

Dessa forma, para aproveitar a temporada com qualidade e saúde, é importante exercitar-se, com prevenção e sem excessos, além de manter uma boa alimentação e evitar o uso abusivo de bebidas alcoólicas, cigarros e outras substâncias que possam prejudicar a saúde.

(Fonte: O Tempo)

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