Parece uma sala de aula comum, mas os alunos usam faixas amarelas nas cabeças e são tripulantes de um navio. O professor, por sua vez, usa um chapéu e tem os trejeitos e a voz de um capitão. Cada aula é uma aventura específica, e as tarefas dos alunos são missões. Esse é o cotidiano na sala de aula do quinto ano da Escola Estadual Lucas de Lima, em Nepomuceno, no Campo das Vertentes.
Os 31 alunos da turma do navio amarelo – como foi batizada pelo professor regente Rodrigo César Reis – nem parecem os mesmos do início do ano. “Eles tinham dificuldade de aprendizagem e eram muito desmotivados. Depois que criei o projeto, a frequência e a nota aumentaram, e principalmente a confiança e motivação dos alunos”, conta. Rodrigo, que é formado em teatro e aproveita a desenvoltura para interpretar o personagem. E a turma entra no clima.
Na Escola Estadual Hilton Rocha, em Belo Horizonte, a professora de português Rosângela Pimenta queria melhorar a escrita dos alunos e incentivá-los a serem mais sensíveis ao outro. Daí surgiu o projeto Escrevendo Cartas. Em um primeiro momento, as turmas do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio trocaram cartas com os próprios funcionários da escola. Na segunda parte do projeto, os estudantes escreveram cartas com mensagens positivas de amor, esperança e também natalinas e entregaram, pessoalmente, a 22 idosos de uma casa de repouso na cidade.
“Foi um momento muito bonito e emotivo, pois os alunos se empenharam e as cartas estavam lindas. Propus de escreverem para estes idosos porque são pessoas que muitas vezes precisam de uma palavra amiga, de conforto, e pudemos ver que eles se sentiram felizes por receberem novos visitantes”, relata a docente. A entrega e leitura das cartas, que aconteceu na última quarta-feira (9/12), acabou virando uma festa e deve fazer parte da rotina didática da docente.
Tamara Cristina Duarte, de 17 anos, foi uma das alunas mais animadas na visita. “Fui chegando e logo me identifiquei com o senhor Antônio, que tem 92 anos. Li a carta e ele adorou. Achei que os idosos não seriam tão receptivos, mas eles nos trataram como se fôssemos de suas famílias. Foram muito carinhosos. O projeto aproximou toda a turma e abriu o meu olhar para as pessoas”, conta.
O professor-capitão e a turma do navio amarelo – Foto: Omar Freire/Imprensa MG
Sem bicho de sete cabeças
“Tudo que meus alunos precisavam fazer que envolvesse matemática eles desistiam”, conta a professora Rosângela Galatti Reis, da Escola Estadual Bueno Brandão, em Uberlândia, no Triângulo. Para mudar este quadro, ela resolveu montar um laboratório de informática em uma sala que estava vaga na escola.
No local, foram espalhados diversos jogos que ensinam o conteúdo de forma lúdica e contribuem para a formação de raciocínio lógico. As carteiras ficam dispostas em grupos de quatro, incentivando o trabalho coletivo, e além de dois quadros brancos – um deles quadriculado, ideal para o desenho de gráficos -, o aluno tem todo o material necessário à sua disposição na sala.
“Agora, mesmo quando não têm aula, os estudantes querem ficar no laboratório”, relata Rosângela. Segundo ela, os alunos se sentem mais à vontade no laboratório, e passaram a produzir mais, com maior interesse na disciplina.
O aluno Santiago Marques, de 16 anos, concorda com a professora. “Está bem melhor para estudar matemática e todo mundo da sala ficou mais empolgado, pois aprendemos a fazer as contas jogando. Eu tinha muita dificuldade na matéria e acho que facilitou muito para entender”, diz. (Agência Minas)