Para ocupar as vagas ociosas nas universidades federais do país, o Ministério da Educação (MEC) criou o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) especial. De acordo com o último Censo do Ensino Superior, realizado no ano passado, o Brasil conta com pelo menos 114 mil cadeiras ociosas nas instituições federais.
Caso haja adesão de todas as instituições públicas de ensino superior – federais, estaduais e municipais – , este número pode subir ainda mais para 150 mil vagas disponíveis, o que pode garantir a mais de 6 milhões de estudantes a oportunidade de ingressar no ensino superior.
?“Ganha o estudante, ganha a universidade brasileira, e para o Estado brasileiro praticamente não há ônus, porque a estrutura está lá. O prédio, a sala de aula, a cadeira, o corpo docente, a biblioteca, o laboratório. As condições básicas do curso estão disponibilizadas”, afirmou o ministro da Educação Aloizio Mercadante.
“Nós queremos todas essas vagas preenchidas com um critério transparente, republicano e meritocrático de acesso. Para isso, vamos mudar o mecanismo de repasse de verba para as instituições federais. O MEC não repassará recurso por vaga, mas sim por matrícula efetivamente realizada. Com o mesmo recurso que nós temos hoje, podemos ter 100 mil alunos a mais nas universidades federais”, completa.
??Os critérios de acesso são cinco a nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o desempenho acadêmico do aluno na instituição em que ele está, a qualidade do curso de onde se quer migrar, se ele é da região onde está a instituição pretendida ou se já é graduado. Até agora, as vagas não preenchidas eram oferecidas por iniciativa das próprias instituições. Com o novo sistema de acesso, um estudante de curso superior do Maranhão pode, por exemplo, concorrer a uma vaga de instituição federal do Rio Grande do Sul.
A intenção do MEC é eliminar as cadeiras vazias do ensino superior público, que hoje já conta com 1.180.068 vagas, com praticamente nenhum custo adicional. “Dá pra fazer mais com menos, dá pra fazer com mais eficiência”, disse ainda o ministro. O Sisu das vagas remanescentes deve ser lançado no primeiro semestre de 2016.?
Cinco mil vagas em Minas
O processo para ocupar as vagas ociosas já ocorre em algumas universidades federais do Estado, como por exemplo, a Universidade Federal de Lavras (UFLA), com os editais de transferências interna, externa e também para obtenção de novo título. Só o último edital disponibilizou 600 destas vagas remanescentes.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também já adotada o sistema e no último processo de seleção, que teve o seu edital publicado recentemente, foram disponibilizadas 562 vagas.
A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) também já lançou três editais referentes a obtenção de novo título e transferências externa e interna. As provas aconteceram no início do mês e as vagas disponibilizadas, juntas, somam 1739.
Já a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) disponibilizou por meio do último edital, em março, o total de 562 vagas, enquanto a Universidade Federal de Alfenas (Unifal) informou que conta, atualmente, com 172 vagas ociosas.
Quanto a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a assessoria informou que, segundo o coordenador de Processos Seletivos da Pró-reitoria de Graduação da instituição, José Margarida Alves, a UFOP conta com 1278 vagas ociosas previstas para o próximo processo seletivo próprio do reingresso, reopção de curso (interna), transferência (externa) e obtenção de novo título.
Somando as vagas ociosas somente destas instituições no Estado com as quais a reportagem teve contato, são quase cinco mil. Este número pode ser maior considerado as outras instituições federais em Minas.
(Fonte: O Tempo / MEC)