Vazio sanitário para o feijão e para o algodão começa no próximo domingo

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Os vazios sanitários para o feijão e para o algodão começam no domingo (20/9) e prosseguem, respectivamente, até 20 de outubro e 20 de novembro. Neste período, ficam proibidos o plantio dessas culturas e a preservação de plantas vivas remanescentes da safra anterior, conforme estabelecido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

O vazio sanitário para o feijão será aplicado somente em 18 municípios da região Noroeste de Minas. No caso do algodão o vazio irá vigorar em todo o estado. Como o ciclo dessa cultura é maior do que o do feijão, e por recomendação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o vazio para o algodão é de, no mínimo, 60 dias.

Para ambas as culturas, o IMA permite, durante o vazio, o plantio de algumas áreas para pesquisa e produção de sementes genéticas, obtidas por meio do processo de melhoramento de plantas. Permite, também, o cultivo de sementes básicas, originadas da multiplicação de sementes genéticas. E ainda, o plantio das sementes das classes C1,C2,S1 e S2, resultado da multiplicação de sementes básicas.

No caso do algodão, o vazio vigora até o dia 20 de novembro – Foto: Divulgação/IMA

Prevenção contra doenças

O vazio sanitário visa coibir e reduzir a proliferação de doenças que atacam as lavouras destas duas culturas e destroem as plantações, trazendo prejuízos econômicos aos agricultores. No caso do feijão, a prevenção é contra o mosaico dourado, causado por vírus transmitido pela mosca branca (Bemísia tabaci), e no algodão contra o besouro bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis).

As propriedades rurais cadastradas no IMA  estarão sob a vigilância  dos fiscais do Instituto. Se forem detectadas quaisquer tipos de inconformidades, o produtor será notificado e terá um prazo  máximo  de dez dias para erradicar as plantas presentes na propriedade. Após esse prazo equipe de fiscalização retorna às propriedades notificadas para a conferência dos ajustes. Caso o proprietário não tenha feito a erradicação das plantas remanescentes será autuado com base na Lei Estadual de Defesa Vegetal nº 15.697/2005,  com multa que pode chegar a 1.500 Ufemgs – Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais, com valor total de cerca de R$ 4.084,35.

De acordo com o engenheiro agrônomo e fiscal agropecuário Wagner Machado, da Gerência de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, a  prática do vazio sanitário é a forma mais barata para se fazer o controle de pragas. Isso porque o vazio reduz o uso de agrotóxicos para tratar as lavouras infectadas, o que resulta em menor agressão ao meio ambiente e ao ser humano. “Por isso é importante que os produtores respeitem as normas estabelecidas durante o período dos vazios”, ressalta.

Demanda de produtores

No caso específico do feijão, o vazio sanitário será aplicado somente nas propriedades rurais situadas na região Noroeste de Minas, acima de 700 metros de altitude, nos municípios de Arinos, Bonfinópolis de Minas, Brasilândia de Minas, Buritis, Cabeceira Grande, Chapada Gaucha, Dom Bosco, Formoso, Guarda-Mor, João Pinheiro, Lagoa Grande, Natalândia, Paracatu, Riachinho, Unaí, Uruana de Minas, Urucuia e Vazante. A decisão de estabelecer o vazio para essa região é da Câmara Técnica de Defesa Agropecuária da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e atende à reivindicação dos produtores locais. Isso porque a região é um importante polo produtor e os agricultores querem prevenir-se contra a presença da praga do mosaico dourado.

De acordo com informações da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), com base nos dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Minas Gerais ocupa o 2º lugar no ranking nacional em produção de feijão. O estado possui  335,9 mil hectares de área plantada, com produção de 515 mil toneladas por ano,  o que representa 16,6% da produção nacional. Já no caso do algodão, o estado está na sexta posição nacional. Numa área de 18,4 mil hectares, a produção dessa cultura é de 67,6 mil toneladas. (Agência Minas)

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