Em visita a aldeias no Norte de Minas, secretária de Educação, Macaé Evaristo, defende direito à terra e identidade cultural das comunidades indígenas e quilombolas.
“O direito à educação está ligado ao direito à terra e ao direito de ter sua identidade indígena reconhecida”. Foi com essa frase que a secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo, abriu reunião realizada na quinta-feira (23/7) com professores e a comunidade indígena xacriabá, da aldeia Brejo Mata Fome, no município de São João Missões, no Norte de Minas.
Em respostas às demandas da comunidade, Macaé ressaltou a importância de ouvir os povos e do trabalho conjunto. “Essa é uma missão importante. Tem muito trabalho pra fazer, mas nós não vamos saber fazer sozinhos. Precisamos sempre de sentar com vocês, escutar e trabalhar juntos”, afirmou. A secretária também confirmou que já está sendo criada a Comissão Estadual de Educação Escolar Indígena. Segundo ela, a comissão, que já realizou a primeira reunião, estará consolidada em breve.
Durante a reunião, o cacique xacriabá Domingos ressaltou a importância de ter escolas nas aldeias e da presença da secretária Macaé Evaristo. “Ter escolas dentro das aldeias facilita o acesso dos alunos à sala de aula. Nossas escolas oferecem não só a educação comum, mas também nossas culturas de dentro da aldeia. Macaé não é só secretária, mas também é amiga do nosso povo. Esperamos, de agora em diante, estreitar cada vez mais essa parceria para a melhora das nossas escolas”, ressaltou.
O Estado tem 17 escolas indígenas e duas turmas vinculadas a escolas não indígenas. O atendimento escolar indígena é feito em 64 endereços. São atendidos nessas escolas aproximadamente 3,5 mil alunos indígenas das etnias kaxixó, krenak, maxakali, pataxó, pankararu, xacriabá, xucuru-kariri e mokurin.
Macaé ressaltou a importância de ouvir os povos – Foto: Marcelo Sant’Anna/Imprensa MG
Educação escolar quilombola
O direito de ter a identidade reconhecida também pautou a visita da secretária à Escola Estadual Antônio Corrêa e Silva, localizada na comunidade quilombola do Alegre, no município de Januária. Logo em sua chegada, Macaé Evaristo foi recebida por apresentações que retrataram a cultura quilombola. As apresentações foram feitas por alunos da escola que, segundo o diretor Odair Nunes de Almeida, tem como meta valorizar a cultura da comunidade.
Além das aulas regulares, essa valorização também acontece na Educação Integral. “Nós oferecemos atividades voltadas para o artesanato popular, acompanhamento pedagógico, artes e a parte de esporte. As aulas são voltadas para a cultura quilombola”, diz. A escola atende cerca de 300 alunos do ensino fundamental e médio.
Minas Gerais conta com 23 escolas estaduais localizadas em comunidades quilombolas. Essas escolas atendem a 5, 4 mil estudantes e estão presentes em 17 municípios de nove superintendências regionais de Ensino.
Macaé ressaltou a importância de ouvir os povos – Foto: Marcelo Sant’Anna/Imprensa MG
Visita à regional de Januária
Macaé também visitou as dependências da Superintendência Regional de Ensino de Januária. Recebida pelos alunos da Escola Estadual Pio XII com a apresentação da Folia de Reis “Terno dos Temerosos”, dança típica da região, Macaé destacou aos servidores e diretores de escolas estaduais da regional os avanços alcançados nesses primeiros meses, como a aprovação da Lei 21.710/2015, que garante o pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério aos educadores, e o compromisso de publicar 1.200 aposentadorias por mês e nomear 60 mil servidores até 2018.