Plano de Controle de Poluição Veicular será colocado em prática, prioritariamente, nos 11 municípios mineiros que possuem mais 100 mil veículos. A intenção é minimizar a poluição atmosférica.
Minas Gerais já começa a colocar em prática o Plano de Controle de Poluição Veicular (PCPV). Lançado em junho deste ano, durante a Semana do Meio Ambiente, o plano vai trabalhar, prioritariamente, com os 11 municípios mineiros que possuem mais 100 mil veículos: Belo Horizonte, Uberlândia, Uberaba, Juiz de fora, Contagem, Montes Claros, Betim, Divinópolis, Governador Valadares, Sete Lagoas e Ipatinga.
A implantação do plano ainda está na fase inicial e, nesta primeira etapa, a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) vai orientar os municípios a aplicarem a metodologia escolhida para gerir a qualidade do ar, de acordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana. Junto com a Associação Mineira de Municípios (AMM), a Feam vai organizar encontros técnicos para explicar como funciona a metodologia de controle da poluição veicular.
“Temos vários modelos metodológicos que podemos usar. Mas, vamos padronizar para acompanhar o que os municípios estão fazendo. Precisamos saber se o plano está sendo efetivo. Por isso, todo mundo precisa usar a mesma metodologia”, esclarece a diretora de Gestão da Qualidade Ambiental, Liliana Adriana Nappi.
A gestora da Feam explica que, além dos 11 municípios, qualquer cidade mineira com mais de 20 mil habitantes também poderá aderir ao PCPV e participar dos encontros técnicos. Com a adesão das cidades, a intenção é de minimizar a poluição atmosférica no território mineiro, provocada pela emissão de dióxido de carbono, um dos principais causadores do aumento do efeito estufa.
Etapas do PCPV
O primeiro passo do plano (metodologia) é fazer a contagem dos veículos que circulam em cada uma das vias da cidade. Quanto maior o número de vias monitoradas, maior será o entendimento sobre a poluição veicular na cidade. Com os dados da contagem dos veículos em mãos, é feito o inventário de poluição. O levantamento aponta quais tipos de veículos circulam nas vias – leves, pesados ou motos. A distinção é necessária porque cada tipo de automóvel possui um fator de emissão diferente, inclusive de acordo com o modelo e ano de fabricação.
Em seguida, o modelamento vai acrescentar informações sobre a dispersão da poluição em cada uma das vias. Enquanto algumas ruas tendem a dissipar os poluentes rapidamente, outras podem ter dificuldade de dispersá-los, o que causa grande concentração de ar poluído, prejudicial à saúde.
“O plano vai medir quanto de material particulado foi lançado e qual é o deslocamento do poluente, de acordo com um modelo matemático. Com isso, é possível analisar quais vias estão com a situação mais crítica. Com o modelamento é possível ver o que é crítico ou não, em termos de emissão e dispersão”, salienta Liliana.
Com base nas informações levantadas, as prefeituras podem pensar em soluções para resolver a situação dos trechos mais críticos. Implantar meios alternativos de transporte coletivo e reduzir o número de veículos que circulam nos locais são algumas das ações possíveis para controlar a poluição das vias.
Revisão do plano
O atual PCPV foi publicado pela Feam em dezembro de 2014 e é uma revisão do plano publicado em 2010. No primeiro documento elaborado, o foco era a inspeção veicular. A ideia era que a emissão fosse medida em cada veículo.
Porém, fazer a medição de veículo a veículo se mostrou uma tarefa difícil de ser aplicada. Por isso, o plano foi revisto com a incorporação da nova metodologia. “Mudamos totalmente a ótica para fazer um trabalho mais efetivo”, frisa Liliana. “Mudamos a concepção do trabalho. Mantivemos a inspeção como uma necessidade do futuro. Ela vai ser um passo posterior”, acrescenta a diretora do Feam.
Clique aqui para acessar a íntegra do Plano de Controle de Poluição Veicular.