O CRESCIMENTO ECONÔMICO E AS FONTES ENERGÉTICAS FÓSSEIS

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A Agência Internacional de Energia, informou que, apesar da mobilização mundial dos países de maior economia para redução da emissão de CO2 no planeta, o consumo de petróleo em 2015 será maior quando comparado ao ano de 2014: cerca de 1,1 milhões de barris de petróleo a mais por dia. Segundo os especialistas do setor, o planeta tem hoje cerca de 1,7 trilhão de barris de petróleo em reservas conhecidas. O Brasil, com o pré sal, atinge a marca de 60 bilhões de barris. Continuando neste ritmo de consumo, o planeta tem petróleo para mais 50 anos.

Uma outra fonte de energia fóssil muito utilizada no mundo é o carvão mineral. As reservas mundiais conhecidas são de 850 bilhões de toneladas e deste total são utilizadas atualmente cerca de 6,5 bilhões de toneladas todos os anos, principalmente para a geração de energia elétrica. Somente a China consome metade de todo este carvão. As reservas brasileiras atingem 32 bilhões de toneladas, mas usamos muito pouco dela. A maior reserva mundial pertence aos Estados Unidos.

Apesar de todos os “esforços” das nações desenvolvidas, o ritmo de consumo dos combustíveis fósseis continua aumentando. De forma mais lenta, mas, continua aumentando. O que fazer para reverter este quadro? Qual deve ser o nosso papel, como cidadãos, no processo de interferência nas políticas públicas energéticas? Nenhum país quer ficar para trás no processo de desenvolvimento e crescimento econômico, nem nós. Gostamos de TV, carros, ar condicionado, ambientes iluminados, eletrodomésticos, mas para tudo isto funcionar necessita-se de energia. Quem fica satisfeito com apagões ou períodos de racionamento onde se tem períodos sem energia elétrica? Por conta disto não podemos gritar e esbravejar contra as termoelétricas que queimam milhões de litros de combustível fóssil por dia, acionadas para gerar a energia que necessitamos, considerando que no atual momento, parte das hidrelétricas não está suprindo as nossas necessidades, principalmente na região Sudeste.

Temos que cobrar dos Governos Estaduais e do Governo Federal uma mudança drástica nas políticas e modelos de geração de energia. Investimentos em geração de tecnologia para o desenvolvimento de fontes alternativas de energia renovável nos diversos âmbitos, desde as empresas e consórcios geradores e distribuidores de energia até as residências passando pelas indústrias. Geração de álcool e biodiesel de menor custo de produção da matéria prima e do seu processamento. Processos economicamente viáveis e que reduzam os custos e as pressões sobre as fontes de combustíveis fósseis.

Será que realmente devemos ficar felizes com a descoberta do petróleo do pré-sal ou preocupados? Será que a nossa política energética será voltada prioritariamente para sua exploração e deixaremos de lado os investimentos em energia renovável? Cabe a nós, sociedade, cobrarmos dos governos investimentos e políticas públicas claras em relação a este tema. Energia solar, eólica, biomassa, biocombustíveis, todos os processos devem ser vistos pelos governos como prioridade. Se as nossas ações não forem mais diretas, Imaginem o nosso planeta daqui a cinquenta anos onde teremos retirado do subsolo e queimado 1,5 trilhão de barris de petróleo e 300 bilhões de toneladas de carvão mineral? Quem viver verá.

Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?

– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;

– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br

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