As obras de duplicação dos lotes 1 e 2 da BR-381, paralisadas desde dezembro do ano passado, deveriam ter sido retomadas nesta segunda-feira (6), mas não houve consenso entre o consórcio responsável pelo trabalho e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Um cronograma feito pela Isolux-Corsán/Engevix, na semana passada, foi rejeitado pelo órgão federal, que espera um novo posicionamento da empresa até o fim desta semana. Na avaliação do Dnit, o ritmo das intervenções precisa ser acelerado para evitar atraso nos prazos.
“De acordo com o que foi apresentado pelo consórcio, o próximo trabalho seria a drenagem, e isso significa uma retomada muito lenta. A obra deveria estar mais avançada, e isso deve ser demonstrado no cronograma de retomada”, explica o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Regional Vale do Aço, Luciano Araújo.
De acordo com ele, um reinício lento dos trabalhos não seria suficiente para suprir o tempo perdido nos últimos meses. “Estamos aguardando novo plano da empresa para corrigir planejamento e retomada das obras. Espero que isso seja resolvido ainda nesta semana”, prevê.
Se por um lado o consórcio está sendo pressionado pelo Dnit para retomar o trabalho de duplicação, por outro, há também pressão por parte de empresas que foram subcontratadas para executar a obra. As empreiteiras estão sem receber pagamentos da Isolux-Corsán/Engevix e prometem fazer uma paralisação do tráfego na rodovia caso não haja um comprometimento para pagamento ainda nesta terça-feira (7).
O temor é o de que os repasses não sejam feitos e que outras empresas sejam contratas pelo consórcio para continuar o trabalho. “Estamos trabalhando para que o pagamento seja feito e para que as mesmas empresas continuem a executar o que estava sendo feito”, alega Araújo.
Em nota, a Isolux informou que o Dnit iniciou, no mês de março, a liberação parcial dos pagamentos e que “está trabalhando, de forma intensiva, para regularizar a situação das empresas colaboradoras”. A empresa não informou o valor da dívida. O Dnit afirmou que os pagamentos para os consórcios contratados estão sendo regularizados, não havendo mais pagamento pendente. O órgão ainda explicou que o problema atual se limita aos lotes 1 e 2, executados pela Isolux, que já foi notificada para retomar os trabalhos a partir deste mês.
Apesar do que diz o Dnit, o consórcio J Dantas/Sotepa, responsável pela construção de um túnel no município de Antônio Dias, alega que há um atraso de cerca de R$ 18 milhões nos repasses do governo federal. Ainda assim, as obras no trecho estão em fase final se execução.
Ponto a ponto
Os lotes referentes às obras paralisadas ficam entre o Kms 155,4 e 288,4 da BR-381. Os trechos passam pelos municípios de Governador Valadares, Belo Oriente e Jaguaraçu de Minas.
As obras do Lote 1 estão orçadas em R$ 210,8 milhões, e o Lote 2 vai custar R$ 237 milhões. O prazo para conclusão de ambas, previsto em contrato, é de 810 dias (dois anos e dois meses). Sendo assim, a data para o término do trabalho é no dia 30 de julho do ano que vem.
Os lotes 8A e 8B, que compreendem o trecho entre o Km 427 e o Km458,4, que tem o índice mais alto de acidentes da rodovia, ainda não têm data para início das obras de duplicação.
A licitação dos trechos situados na chegada a Belo Horizonte fracassou e uma nova ainda não foi anunciada pelo governo federal. O Dnit informou que os editais passam por revisão dos serviços orçados.
Mato e erosão denunciam abandono no trecho em Valadares – Foto: Leonardo Morais/Hoje em Dia
(Fonte: Hoje em Dia)