Funcionários dos Correios iniciam greve contra a privatização da empresa

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Diretoria do sindicato da categoria conta que ainda não possível estimar o número de adesões porque elas está acontecendo de forma gradativa ao longo do dia.

Funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de Minas Gerais estão em greve por tempo indeterminado desde o início da madrugada desta quarta-feira, 18 de março. A paralisação tem alcance nacional e já conta com a participação de outros cinco Estados do país.

Greve dos Correios começa em todo o país – Foto: João Leus / O Tempo

Nove bases sindicais aderiram a greve. Em Minas Gerais, Bahia, São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP), foi deflagrada a greve por tempo indeterminado. Os Estados do Paraná e de Santa Catarina declararam greve por 48 horas, nessa quarta e quinta-feira (18 e 19/03). Já o sindicato do Mato Grosso, da Paraíba e do Vale do Paraíba (SP) entraram em greve por 24 horas.

A informação é da diretora do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (Sintect-MG), Irani Fernandes, que lembra que a principal luta da categoria é contra a privatização da empresa.

“Não é possível fazer uma estimativa da porcentagem de trabalhadores que estão parados pois a cada instante chega a informação de novas adesões no interior do Estado e também na região metropolitana de Belo Horizonte, mas um número expressivo de funcionários já aderiu a greve”, afirma. A diretora ressalta ainda que a privatização está sendo realizada aos poucos e afirma que “a CorreiosPar foi criada para acelerar esse processo”.

Além de o eixo principal ser a luta contra a privatização, outros aspectos também causam a insatisfação dos trabalhadores: “a redução nos direitos dos trabalhadores, a discussão a respeito do vale alimentação, do plano de saúde e o rombo no fundo de pensão que será repassado aos trabalhadores também estão na pauta de negociações”, comentou Fernandes.

Os funcionários realizam uma caminhada desde 13h desta quarta, a partir da agência dos Correios localizada na avenida Afonso Pena, no centro da capital, com destino a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde participarão de uma audiência pública marcada para as 14h30.

Nota dos Correios

Em nota, a Assessoria de Comunicação dos Correios de Minas Gerais informou que as agências do estado estão operando dentro da normalidade. Toda a rede de atendimento está aberta e todos os serviços, inclusive a entrega de Sedex e o Banco Postal, estão disponíveis. Do total de 36 sindicatos de trabalhadores dos Correios, 19 não estão promovendo movimento de paralisação; cinco optaram por não aderir; três ainda irão realizar assembleias e nove deflagraram paralisação parcial na noite de ontem.

Ainda segundo a nota, levantamento parcial realizado nesta quarta-feira (18) mostra que 98,66% do efetivo total dos Correios no Brasil está presente e trabalhando — o que corresponde a 118.695 empregados, número apurado por meio de sistema eletrônico de presença. Nos locais em que há paralisação, o movimento está concentrado na área de distribuição — do total de 11.219 carteiros que deveriam trabalhar hoje nos oito Estados, 1.485 não compareceram (13,24%) – Em MG o número de empregados que aderiram ao movimento de paralisação é de 134 funcionários, o que representa somente cerca de 1% do efetivo do estado – assim pode ocorrer atraso na entrega de cartas e encomendas.

Sobre a pauta de reivindicações da Fentect, a Ascom dos Correios de Minas Gerais informou que não existem planos para privatização da empresa. No início deste ano a estatal apresentou um projeto de reestruturação interna, que não possui qualquer relação com o capital dos Correios, que permanece 100% público. A criação de subsidiárias faz parte do processo de revitalização e fortalecimento dos Correios, com base na legislação, para diversificar sua área de atuação, rentabilizar a estrutura existente e garantir a sustentabilidade da empresa. Atualmente estão em andamento projetos para criação de empresas para atuar nos segmentos financeiro, de comunicação digital e de logística integrada. Essas instituições serão administradas pela CorreiosPar – subsidiária de capital 100% estatal – em um modelo de administração que já é adotado hoje por empresas públicas brasileiras.

A respeito do Postal Saúde, foi divulgado que o assunto já foi julgado pelo TST em março de 2014. O Tribunal reafirmou a legitimidade da Postal Saúde, caixa de assistência que realiza a gestão do plano de saúde dos trabalhadores dos Correios. Por unanimidade, o Tribunal decidiu pela abusividade da greve movida contra a Postal Saúde e também determinou o desconto de 15 dias de salário de cada trabalhador que aderiu ao movimento.

(Fonte: O Tempo / Ascom dos Correios de Minas Gerais)

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