Jovem confessa crime e diz que matou mulher porque ela chegou atrasada para programa

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Suspeito contou que matou vítima, que era de Tocantins, após desentendimento sobre valor do encontro.

Três dias após o corpo da garota de programa tocantinense Kesia Freitas Cardoso, de 26 anos, ser encontrado em um latão de lixo em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o principal suspeito do crime, Iron Guilherme Alves, de 23 anos, procurou a Polícia Civil para confessar o assassinato. Na manhã desta quinta-feira, o rapaz disse que um desentendimento sobre o valor combinado por um encontro com a vítima terminou em briga e na morte da mulher. O assassino confesso alegou legítima defesa e foi liberado porque já havia passado o período do flagrante.

Iron Guilherme Alves confessou o crime nesta quinta-feira (23) (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Segundo o delegado Matheus Reis Possancin, o jovem contou que na semana passada entrou em contato com Kesia e marcou encontro com ela às 14h de sexta-feira. O programa deveria durar uma hora ao preço de R$ 200. No entanto, na versão do suspeito, a vítima chegou atrasada à casa dos pais dele, que estavam viajando, e que ela queria cobrar o valor integral por menos da metade do tempo acertado anteriormente. A mulher teria alegado que teve dificuldade em achar o endereço.

Ainda em depoimento, jovem alegou que durante o impasse sobre o valor do programa ele foi até a cozinha da casa, onde foi surpreendido por Kesia, que lhe aplicou uma gravata no pescoço. “Ele conta que neste momento procurou algum objeto na pia para se defender, pegou uma faca e deu um golpe para trás. A garota de programa foi atingida no pescoço e morreu”, explica o delegado.

Na versão do suspeito, que afirmou não ter feito sexo com a vítima, ele pegou um lençol e enrolou o corpo de Kesia. Em seguida, o colocou no porta-malas de um Celta e foi para a oficina do pai dele, onde também trabalha. Aproveitando que o local já estava fechado, o jovem deixou o corpo da mulher dentro de um latão. Depois disso, ele voltou para casa e limpou o sangue.

Na manhã de sábado, o suspeito contou que retornou à oficina e, usando uma pick-up, transportou o latão com o corpo da tocantinense, o deixando numa rua erma do Bairro Industrial. O rapaz alega que agiu sozinho. Imagens de circuito de TV, segundo o delegado, comprovam isso, já que mostram Kesia chegando à casa do suspeito de taxi e pouco tempo depois ele aparece deixando o local sozinho de carro.

Corpo localizado

Segundo a Polícia Civil, Kesia, natural de Tocantins, havia chegado a Uberlândia no início da semana passada. Na companhia de amigas, ela estaria na cidade para se prostituir. Na sexta-feira, ela desapareceu e o corpo foi localizado dentro do latão de lixo. As amigas da vítima se lembraram do telefone do cliente com quem a tocantinense havia combinado de se encontrar. O número foi passado para a Polícia Civil, que encontrou vários indícios da participação do jovem no crime. Um deles foi que o pai do suspeito, dono da oficina, reconheceu como sendo da empresa dele o latão onde estava a mulher.

Ainda de acordo com o delegado, uma perícia seria realizada na noite desta quinta-feira no imóvel onde aconteceu o crime. O objetivo é identificar se houve a briga relatada pelo suspeito, que alega legítima defesa. “Às vezes, essa pode ser uma versão para tentar abrandar a situação do suspeito. Caso seja encontrada alguma coisa diferente do que foi contado pelo suspeito, pode virar um crime qualificado”, explica o delegado.

O delegado disse também que o suspeito foi solto porque ainda não foi expedido mandado de prisão contra ele. No entanto, dependendo do resultado da perícia, esse pedido será feito à Justiça.

Jovem foi assassinada em Uberlândia, no Triângulo Mineiro – (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

(Estado de Minas)

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