Estação de Tratamento está em funcionamento há quase 3 anos e já atende mais de 130 mil habitantes.
Inaugurada em março de 2012, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Teófilo Otoni está mudando a realidade do município do Vale do Mucuri. Cerca de 132 mil habitantes já têm o esgoto coletado e tratado, o equivalente a 95% da população local. A ETE está localizada no Bairro Turma 37, em Teófilo Otoni. Para a construção da unidade foram investidos R$ 50 milhões pela Copasa.
Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Teófilo Otoni – Foto: Divulgação / Copasa
Dentre os benefícios diretos proporcionados pela ETE é possível destacar a melhoria das condições ambientais do corpo receptor, possibilitando seus múltiplos usos: balneabilidade, pesca, irrigação, dessedentação de animais, captação para fins de tratamento para uso industrial e doméstico, retorno da ictiofauna, conforto paisagístico e redução das doenças de veiculação hídrica.
O processo de tratamento do esgoto passa por várias etapas. Segundo Francisco Filho, técnico químico responsável pela ETE, o esgoto passa primeiro pela grade grossa manual, onde são retirados os detritos de grande dimensões, e depois é bombeado para o tratamento preliminar, passando pela grade fina mecanizada onde são retirados os detritos de pequenas dimensões. Ele ainda explica que nos reatores acontecem as reações bioquímicas anaeróbicas, com redução da matéria orgânica contida no esgoto, tendo como subprodutos a geração de biogás que é enviado para o queimador de gás e lodo, e, em seguida, após sua mineralização, é enviado para os leitos de secagem para desidratação e posterior disposição em aterro controlado. “O efluente líquido oriundo dos reatores, já livre de 70% de sua carga poluidora inicial, é distribuído uniformemente para os filtros biológicos percoladores e depois segue para os decantadores secundários, sendo então lançados no corpo receptor do Rio Todos os Santos livres da carga poluidora original “, ressalta Francisco.
Obras na região central
Entre os meses de março e maio de 2014, a Copasa fez a implantação de 1.200 metros de interceptores de rede de esgoto na região central de Teófilo Otoni. As obras aconteceram no trecho da avenida Luiz Boali, esquina com a rua Marcelo Guedes e travessia da rua das Flores. Com a ação, está sendo possível coletar o esgoto dos bairros Bela Vista, São Cristóvão, Palmeiras e Viriato.
A construção do trecho de interceptores está direcionando o esgoto que antes era lançado no Ribeirão Santo Antônio e no Rio Todos os Santos para a ETE.
Os benefícios já são perceptíveis para a população. Além do fim do mau cheiro, da proliferação de insetos e animais roedores, bem como de doenças parasitárias que incidem junto a transeuntes e população ribeirinha, a melhoria da qualidade da água do Rio Todos os Santos, que corta o centro de Teófilo Otoni, também chama a atenção dos moradores.
Moradores resistem em ligar residências na rede de esgotos
Mas o trabalho de saneamento realizado pela Copasa ainda encontra resistências em Teófilo Otoni. De acordo com o Setor Comercial do DTBM, ainda existem 3.600 ligações que possuem rede de esgoto disponível, porém os moradores não aderem aos serviços da Copasa e lançam os esgotos diretamente nos córregos e rios da região, contribuindo para poluir o meio ambiente. A Copasa está visitando esses moradores na tentativa de convencê-los a fazer a ligação na rede de esgoto.
Em último caso, o município pode ser acionado para notificar os referidos moradores e, assim, o serviço de saneamento básico em Teófilo Otoni atender em 100% a população.
Benefícios da ETE para o município
Para o consultor e perito ambiental Bruno Balarini Gonçalves os impactos positivos com a construção da ETE são obtidos imediatamente com o início de seu funcionamento. Segundo ele, o fundamento está exatamente no tratamento do esgoto, efluente líquido com alto poder de poluir águas e solos. “Desta forma, entendo que são inquestionáveis os benefícios de tal empreendimento, pois vão desde a melhoria da qualidade das águas até a melhoria da saúde humana”, explica.
O ambientalista lembra que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) 75% das internações hospitalares ocorrem por falta de saneamento básico. “A ETE, ao tratar com eficiência o esgoto, garante que cada cidadão tenha acesso a um ambiente natural mais saudável, uma cidade mais harmonizada com o meio ambiente. Compreender a importância do funcionamento de uma ETE para a vida é um passo fundamental para inibir a descarga clandestina de esgoto, afinal de contas se estamos integrados em uma sociedade temos que exercer o papel de cidadãos”, enfatiza Balarini. (COPASA)