Chegada das chuvas é momento do pecuarista se prevenir para estiagem de 2015

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Produtores devem fazer a recuperação de pastagem nos próximos meses. Minas tem o segundo maior rebanho bovino do país


Com a chegada dos meses de chuva, os especialistas em pecuária bovina fazem um alerta para o produtor já se preparar para o período de estiagem do ano que vem. Muitos criadores que tiveram problemas com a seca de 2014 poderiam ter seus prejuízos reduzidos se houvesse uma maior dedicação em se prevenir para esse período. “Os meses de forte estiagem já viraram uma rotina. E a cada ano fica mais evidente a necessidade do produtor se prevenir, dado ao prolongamento que vem ocorrendo nesses períodos”, afirma Feliciano de Oliveira, coordenador técnico estadual de bovinocultura da Emater-MG.

Pasto continua sendo a maneira mais barata para alimentar o rebanho – Foto: Emater

A alimentação a pasto continua sendo a maneira mais barata e utilizada para alimentar o rebanho mineiro. Por isso, o cuidado e a iniciativa na recuperação das pastagens devem ser tomados assim que se inicia o “período das águas”. Minas conta com 18 milhões de hectares em pastagem, com mais da metade apresentando algum grau de degradação. O Estado tem o segundo maior rebanho bovino do país, com 24 milhões de cabeças.

Feliciano de Oliveira explica que o primeiro passo é fazer uma análise da situação da pastagem. “Nas regiões montanhosas, o relevo favorece a degradação. Já no Cerrado, apesar de áreas mais planas, a fertilidade natural do solo costuma ser inferior na comparação com outras regiões. Por isso, é necessária a avaliação de um técnico para determinar qual a melhor maneira de recuperar a pastagem, que pode ser um descanso da área ou, em casos de degradação mais acentuada, ser indicado o uso de fertilizantes ou o replantio da gramínea”, explica o coordenador.

Uma das técnicas para o descanso da pastagem é o uso do pastejo rotacionado. A área é subdividida em vários piquetes e é feito um rodízio no pastejo desses piquetes. Os animais pastam em cada piquete de um a três dias e só retornam ao primeiro piquete depois de aproximadamente um mês. “Isso mantém uma reserva de folhas no capim. É o intervalo que vai garantir a recuperação da pastagem”, comenta Feliciano de Oliveira.

Integração Lavoura e Pecuária

Outra técnica para garantir maior a recuperação de pastagem degradada e a disponibilidade de alimento para o gado no período da seca é a integração lavoura e pecuária. O sistema consiste em consorciar a produção de grãos – geralmente o milho – numa mesma área onde também se trabalha a pecuária, com o uso da pastagem.

O cultivo do milho e a criação de bovinos de forma integrada possibilitam maior produção por área com sustentabilidade, porque ocorrem a renovação do solo e o aproveitamento de adubação residual de lavouras. “Ao ser colhido, o milho é armazenado em forma de silagem, um importante alimento volumoso para o período da seca. Além disso, o produtor garante uma pastagem recuperada”, explica Feliciano de Oliveira. As informações são da Agência Minas.

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