Serviço de Atendimento Móvel de Emergência que atenderia mais de 2,6 milhões de habitantes é adiado por falta de médicos
A inauguração do Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (Samu) do Sul de Minas, marcada para o dia 31 de outubro, foi adiada por não conseguir preencher as 106 vagas de médicos necessários para a implementação do programa. Segundo João Gualberto Rezende Junior, secretário executivo do consórcio responsável pelo Samu na região, apenas 40 médicos aceitaram o salário de R$ 5.039 por 24 horas semanais de trabalho.
Com isso, as 43 ambulâncias do programa vão ficar paradas, até que um novo concurso público seja realizado para preencher as 66 vagas restantes. O edital do processo seletivo simplificado ainda não tem data definida, com isso há previsão para o início das atividades do Samu na região.
De acordo com Rezende, O Consórcio Intermunicipal de Saúde da Macro Região do Sul de Minas (Cissul), vai pleitear junto a Secretária Estadual de Saúde e o Ministério da Saúde que o salário oferecido seja de no mínimo R$ 7.000 para a mesma carga horária.
Ainda segundo o secretário executivo o Cissul, os 40 médicos que já aceitaram o cargo vão receber o aumento, mas aqueles que já rejeitaram a proposta terão que se submeter novamente ao concurso. O primeiro processo seletivo foi feito em novembro de 2013, e ao serem convocados para as vagas, muitos dos aprovados não aceitaram o trabalho. De acordo com Rezende, a grande dificuldade é oferecer um salário que seja atrativo para os médicos atuarem em pequenas cidades.
A Rede de Urgência e Emergência da Região Sul foi aprovada em dezembro de 2010 e deveria atender 153 municípios da região, atendendo uma população de mais de 2,6 milhões de pessoas. Dos 43 veículos, 41 ambulâncias atuariam em 33 bases descentralizadas nos municípios da região.
Em Belo Horizonte, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Belo Horizonte (SAMU) paga aos médicos um salário inicial de R$6.549, para a mesma jornada, 24h por semana. Embora o valor possa variar, dependendo da escala de plantão do profissional. Sobre o salário também podem ser acrescentados progressões e quinquênios.
As ambulâncias vão ficar paradas até que as vagas sejam preenchidas – Foto: Gil Leonardi/Agência Minas
(O Tempo)