Protesto foi realizado na tarde desta sexta-feira (24), na região Central de Turmalina. Pelo menos cinco mulheres denunciaram o médico.
Dezenas de mulheres, pacientes e ex-pacientes do ginecologista M.P.C.S, se reuniram na tarde desta sexta-feira, 24 de outubro, para protestarem contra a prisão preventiva do profissional, investigado por crimes sexuais em Turmalina e Capelinha, no Vale do Jequitinhonha.
O médico foi preso na última sexta-feira (17), no posto de saúde do bairro Pau D’Óleo e continua na cadeia pública da cidade, após ter o pedido de relaxamento de prisão negado pela Juíza da Comarca de Turmalina.
Com cartazes em punho, as manifestantes clamaram pela liberdade do médico, que de acordo com vários relatos é um profissional exemplar e muito querido por todos no município. Várias publicações em redes sociais acusam as denunciantes de mentirosas e que o médico seria incapaz de cometer tais atos.
Protesto foi realizado na tarde desta sexta-feira (24)
Investigações
A prisão do médico foi solicitada pelo Delegado, Dr. Felipe Pontual Meira Rosa, após cerca de dois meses de investigações, que começaram depois que quatro vítimas procuraram a Polícia Civil para denunciar o profissional.
De acordo com o delegado, o ginecologista usava de fraude para praticar os atos libidinosos, dizendo que a forma como examinava as pacientes fazia parte de um protocolo de atendimento na área de ginecologia.
Conforme a investigação, o médico negava a entrada de enfermeiras ou acompanhantes para o atendimento às pacientes e, muitas vezes, não fazia uso de luvas. Ele também tentava masturbar as mulheres que, ao perceberem, interrompiam o ato. Ainda segundo a polícia, enquanto atendia em outra cidade, ele expôs o órgão sexual sem que a vítima percebesse e tentou penetrá-la.
Ainda de acordo com Felipe Pontual, o crime do qual o médico é suspeito está previsto no artigo 215 do Código Penal Brasileiro como “violação sexual mediante fraude”, que é quando o criminoso engana a vítima para praticar o abuso sexual. Conforme o delegado, as vítimas costumam suspeitar que algo está errado, mas não poderiam afirmar que era um crime. “Nesse caso, ele utiliza do ardil dizendo que faz parte do exame, mas não faz. É importante para que outras vítimas vejam e possam procurar (a polícia)”, explica o delegado. A pena para este crime varia de dois a seis anos de prisão.
O que diz a defesa?
O advogado de defesa do médico, que não quis ter o nome divulgado, informou que algumas notícias veiculadas causaram estranheza, uma vez que o inquérito ainda está em tramitação, mas que o médico sequer figura como indiciado, apenas investigado, e que confia plenamente na inocência do suspeito, haja vista a manifestação e a comoção da população a favor dele.
Relaxamento de prisão
O pedido de relaxamento de prisão do ginecologista foi negado na tarde de quarta-feira, 22 de outubro, pela Juíza da Comarca de Turmalina, Caroline Rodrigues. Com a negação, a defesa do médico informou que iria providenciar um pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Fotos do movimento
(Créditos: Duarth Fernandes)
Protesto foi realizado na tarde desta sexta-feira (24)
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