Médico está preso desde a última sexta-feira (17), na cadeia de Turmalina. Pelo menos cinco mulheres já denunciaram o suspeito.
A Juíza da Comarca de Turmalina, Caroline Rodrigues, negou na tarde desta quarta-feira, 22 de outubro, o pedido de relaxamento de prisão do ginecologista investigado por abusar sexualmente de suas pacientes. O médico, que atuava no Hospital Municipal São Vicente de Paulo e em postos de saúde da cidade, está preso deste a última sexta-feira (17).
Médico foi preso na última sexta-feira (17) – Foto: Divulgação/Polícia Civil de Turmalina
Com a negação do relaxamento de prisão, a defesa do médico irá providenciar um pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A prisão do suspeito foi solicitada pelo Delegado, Dr. Felipe Pontual Meira Rosa, após cerca de dois meses de investigações, que começaram depois que quatro vítimas procuraram a Polícia Civil para denunciar o profissional.
De acordo com o delegado, o médico usava de fraude para praticar os atos libidinosos, dizendo que a forma como examinava as pacientes fazia parte de um protocolo de atendimento na área de ginecologia.
Conforme a investigação, o médico negava a entrada de enfermeiras ou acompanhantes para o atendimento às pacientes e, muitas vezes, não fazia uso de luvas. Ele também tentava masturbar as mulheres que, ao perceberem, interrompiam o ato. Ainda segundo a polícia, enquanto atendida em outra cidade, ele expôs o órgão sexual sem que a vítima percebesse e tentou penetrá-la.
O delegado não divulgou o nome do médico e nem das vítimas. O caso corre em segredo de Justiça. O ginecologista foi preso preventivamente em um dos locais onde trabalhava. De acordo com o delegado, o médico se mostrou surpreso com as denúncias. Ele deve permanecer detido na cadeia pública da cidade até o término das investigações. Outras duas mulheres devem ser ouvidas ainda nesta semana.
Ainda de acordo com Felipe Pontual, o crime do qual o médico é suspeito está previsto no artigo 215 do Código Penal Brasileiro como “violação sexual mediante fraude”, que é quando o criminoso engana a vítima para praticar o abuso sexual. Conforme o delegado, as vítimas costumam suspeitar que algo está errado, mas não poderiam afirmar que era um crime. “Nesse caso, ele utiliza do ardil dizendo que faz parte do exame, mas não faz. É importante para que outras vítimas vejam e possam procurar (a polícia)”, explica o delegado. A pena para este crime varia de dois a seis anos de prisão.
O que diz a defesa do suspeito?
O advogado de defesa do médico, que não quis ter o nome divulgado, informou que algumas notícias veiculadas causaram estranheza, uma vez que o inquérito ainda está em tramitação, mas que o médico sequer figura como indiciado, apenas investigado, e que confia plenamente na inocência do suspeito, haja vista a manifestação e a comoção da população a favor dele.