Cemig e UFMG trabalham em parceria para detectar focos de fumaça e fogo via web
Reduzir as interrupções no fornecimento de energia elétrica causadas por incêndios, auxiliar na preservação de áreas de proteção ambiental e diminuir a poluição ambiental nos grandes centros urbanos são as principais vantagens da utilização de sistemas para o monitoramento de áreas com risco de incêndio.
Uma tecnologia está sendo implementada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Axxiom, Enacom e DspArt. O projeto tem financiamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por meio do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento e vai permitir a detecção de focos de fumaça e de fogo por meio de uma nova técnica de processamento em tempo real de imagens digitais disponibilizadas via web.
Uma área piloto para os testes de campo já foi montada na área de preservação do BH-Tec, no campus da UFMG, localizado na região da Pampulha, em Belo Horizonte.
Com o aumento expressivo nos registros de incêndio no País e, em especial, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a aplicação desta tecnologia pode representar um importante aliado no combate e prevenção dos futuros incêndios em áreas previamente monitoradas, conforme explica o engenheiro de tecnologia e normalização Carlos Alexandre Meireles do Nascimento, da Cemig, que atua como gerente do projeto.
Por outro lado, o sistema disponibilizará, em tempo real, as imagens e o processamento digital de forma autônoma por meio de algoritmos de inteligência computacional para os internautas, que, por sua vez, poderão auxiliar na identificação precoce e precisa dos focos de fumaça, assim como na determinação da evolução dos focos de fogo. Dessa forma, será possível, por exemplo, acionar alarmes para as autoridades responsáveis, via web.
Assim, em um futuro próximo, áreas de preservação ambiental poderão ser supervisionadas em tempo real com uma ampla colaboração dos internautas. O objetivo é reduzir os registros de incêndio nos grandes centros urbanos e, para a Cemig, melhorar a qualidade dos serviços, por meio da redução das interrupções no fornecimento de energia elétrica causadas por incêndios próximos às redes.
Dicas
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Minas Gerais já registrou 9.348 focos de incêndio de janeiro até a segunda quinzena de outubro. Somente em outubro, por exemplo, o estado registrou 2.225 focos contra 1.221 do mesmo período do ano passado, um aumento de 119%.
De acordo com a Cemig, as principais causas de incêndios florestais em Minas são a queima preparatória de pastos e de terrenos para plantio, especialmente em períodos de altas temperaturas e baixa umidade do ar, além da queima de lixos e de tocos de cigarros jogados em beiras de estradas e descargas atmosféricas. Para ajudar a diminuir os focos, a Empresa recomenda:
– Fazer queimadas somente com autorização do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Ibama ou órgãos competentes e de forma controlada, com a construção de aceiros e barreiras que impeçam a propagação das chamas. O aceiro pode ser feito por meio de valas ou da limpeza do terreno, de modo a obstruir a passagem do fogo.
– Não jogar pontas de cigarro próximo a qualquer tipo de vegetação.
– Apagar com água o resto do fogo em acampamentos para evitar que o vento leve as brasas para a mata.
– Não realizar queimadas a menos de 15 metros de rodovias, de ferrovias e do limite das faixas de segurança das linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica.
A Cemig lembra que é proibido o uso de fogo em áreas de reservas ecológicas, preservação permanente e parques florestais. De acordo com a legislação, o indivíduo que cometer o crime ambiental terá que responder a processo, com possibilidade de prisão, e deverá pagar multa pelo dano ambiental causado.
Em caso de incêndios, o Corpo de Bombeiros ou as Brigadas Voluntárias de Combate a Incêndios Florestais devem ser avisados o mais depressa possível.