A cidade de Espinosa, no Norte de Minas Gerais, está em estado de emergência desde maio deste ano, mas há décadas sofre com a seca. O caminhão-pipa faz parte da rotina da população. No município passam 18 rios e 180 córregos, porém todos estão secos. A solução encontrada foi a construção de tanques, e dos 450 feitos, 85 secaram.
Com a perspectiva da seca, fazendeiros vendaram gado e a população viu os preços de alguns alimentos dispararem, como os laticínios. O litro do leito subiu de R$ 0,80 para R$ 1,30. O queijo antes comprado por R$ 8, agora é encontrado a R$ 10 e R$ 12.
População da zona rural é castigada pela estiagem prolongada – Foto: Mônica Miranda/Itatiaia
O produtor rural Cleoni Barbosa diz que descobriu nesta sexta-feira que a mina onde buscava água secou. Ele afirma que em Tabuleiro, região onde mora, não há poços artesianos e nem abastecimento de água com o auxílio do Exército.
“Pela manhã o pessoal já ligando para a gente e perguntando porque a água não chegaria. A gente não tem como fazer nada para ajudar as pessoas porque a crise é tremenda”, lamenta. “A solução é estar buscando no meio público o caminhão-pipa para poder abastecer a cidade.”
Cleoni conta que os animais já estão morrendo de sede. “É só Deus mesmo para atender a nossa causa. Eu tenho uma criação de porcos, vou ter que ‘estar tirando’ porque não tem nem água para dar. Plantação de laranja, hortaliças, essas coisas estão acabando por falta de água.”
(Itatiaia)