Essa alta incidência de buracos, trincas, afundamentos e oscilações nas rodovias contribui para o aumento de combustível dos veículos e também da poluição
Quase 10 mil quilômetros das rodovias que cortam Minas Gerais apresenta problemas de conservação. É o que aponta Pesquisa CNT de Rodovias 2014 divulgada nesta quinta-feira (16). O estudo revela que 65,9% das estradas mineiras foram classificados como regular, ruim ou péssima. Somente 4.937 km (34,1%) foram consideradas ótimas ou boas.
BR-367, no Vale do Jequitinhonha, é uma vergonha. Rodovia é palco de vários acidentes devido a falta de pavimentação e conservação dos trechos asfaltados – Foto: Zilmar Gomes Rocha/Facebook
Com relação a pavimentação, o levantamento mostrou que 53,3% da malha rodoviária apresenta algum tipo de deficiência, como buracos, trincas, afundamentos, ondulações, entre outros problemas. A pesquisa classificou como regular, ruim ou péssimo, 7.731 km das rodovias do Estado, ante 6.776 km (46,7%) consideradas como sendo ótimas e boas.
A sinalização também se mostrou precária em Minas. Conforme o CNT, 59,8% (8.675 km) das estradas estão com sinalização abaixo do recomendável. O estudo apontou que apenas 40,2% (5.832 km) estão ótimas ou boas.
A 18ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias 2014 avaliou 98.475 km, que correspondem a toda a malha federal pavimentada e aos principais trechos estaduais do Brasil. Foram 30 dias de coleta, entre 19 de maio e 17 de junho.
Quase a metade no Brasil
No país, praticamente a metade (49,9%) do pavimento das rodovia apresenta algum tipo de deficiência. Em relação à superfície do pavimento, 44,7% da extensão pesquisada está desgastada. Ao se considerar que 87,1% dos trechos são formados por pistas simples de mão dupla, torna-se ainda mais grave a constatação de que 39,9% não têm acostamento. E, em 49,7% da extensão com curvas perigosas, não há placas de advertência nem defensas completas. Em 57,4% dos trechos, foi encontrado algum tipo de problema na sinalização, sendo que em 26,4% não há placas de limite de velocidade e em 47,6% a pintura da faixa central está desgastada ou é inexistente.
“A situação do sistema rodoviário brasileiro continua grave, comprometendo a segurança das pessoas, tanto de motoristas, como de passageiros e pedestres. É cada vez maior o número de mortes e de acidentes. Essa situação também compromete a logística, devido ao elevado custo do transporte, tornando o país menos competitivo”, afirma o presidente da CNT, Clésio Andrade.
Em 2013, morreram 8.551 pessoas em cerca de 186 mil acidentes nas rodovias federais do país. “As condições gerais ruins das rodovias aumentam os riscos e muitas vidas poderiam ser poupadas, caso as rodovias oferecessem uma melhor infraestrutura. Com certeza, seriam 90 mil acidentes a menos e 4.000 mortes a menos”, diz Clésio Andrade.
País tem só 12% de suas rodovias pavimentadas
Embora apenas 12% das rodovias brasileiras sejam pavimentadas, de acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), 62,1% dos trechos pesquisados ainda apresentam algum tipo de problema. Além disso, os pontos críticos na malha rodoviária aumentaram 32% nos últimos quatro anos.
Os resultados divulgados nesta quinta-feira, 16, mostram que 44,7% da malha pavimentada pesquisada apresentam desgastes e 19,1% têm trincas e remendos. Em outros 3,3% existem afundamentos, ondulações e buracos, enquanto em 0,5% a pista está simplesmente destruída. Dos 98.475 quilômetros percorridos pela CNT, somente 32,4% estavam em condições perfeitas de rodagem.
O levantamento abordou quase a metade dos 203.599 quilômetros de rodovias pavimentadas do País. Os trechos asfaltados, porém, representam apenas 12% do mais de 1,691 milhão de quilômetros de estradas brasileiras. “É muito pouco para um País que quer crescer. A nossa densidade é muito menor do que a de países como a Argentina e o México. O Brasil precisa melhorar a extensão e a qualidade da sua malha rodoviária”, afirmou o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.
Pontos críticos
Entre os pontos críticos encontrados estão 28 quedas de barreira, 13 pontes caídas, 100 erosões na pista e 148 buracos grandes. O total de 289 ocorrências críticas em 2014 supera os 250 pontos identificados em 2013 e é 32% superior aos 219 problemas registrados em 2011. “Isso é bastante preocupante porque é um reflexo imediato sobre a segurança das pistas, com relação direta sobre o número de acidentes”, completou Batista.
Com relação à sinalização das pistas, em 39,9% dos trechos rodoviários pesquisados, a pintura das faixas laterais estava desgastada e em 15,9% era simplesmente inexistente. No caso da faixa central, havia desgaste em 40,8% da extensão analisada e em 6,8% não havia sequer sinalização. “Na chuva, por exemplo, esse desgaste aumenta muito a insegurança”, explicou o diretor da CNT.
A confederação também identificou falhas graves na ausência de dispositivos de proteção contínua – as chamadas muretas ou guardrails – em 45,9% dos trechos, todos eles com necessidade da estrutura. Em 11,8%, os dispositivos existiam de maneira adequada; em 17,7% estavam presentes apenas e parte do percurso; e nos 24,6% não havia a necessidade da estrutura. Como ponto positivo, as placas de sinalização vertical tiveram bom resultado, estando visíveis – sem obstáculos, como mato – em 82,3% dos trechos avaliados, e legíveis em 88% da extensão pesquisada.
Quanto à geometria das vias, porém, 49,7% da extensão percorrida pela CNT contam com curvas perigosas sem placas e sem muretas de defesa completas. Apenas 11,5% dos trechos contam com os dois instrumentos de segurança e sinalização. Além disso, em 60,1% delas não havia acostamento e 66,9% das pontes e viadutos não contavam com as estruturas de segurança ideais.
(Fonte: Hoje em Dia)