Dilma faz campanha em Minas Gerais e volta a atacar gestão tucana

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Petista esteve em Contagem e disse que a gestão tucana não investiu o mínimo exigido na saúde

Com a estratégia de atacar o adversário em sua própria casa, a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) esteve em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde desfilou em carro aberto na avenida João César de Oliveira e se encontrou com lideranças políticas e militantes. Foi o primeiro compromisso de campanha da petista em Minas no segundo turno. Dilma esteve acompanhada pelo governador eleito Fernando Pimentel (PT).

Em coletiva de imprensa que durou cerca de 30 minutos, a petista colocou em xeque a gestão do PSDB em Minas, inaugurada há 12 anos com seu adversário Aécio Neves, governador entre 2003 e 2010. Dilma iniciou a entrevista batendo na tecla da saúde e citou que o governo de Minas não investe o mínimo de 12% do orçamento na área, conforme manda a Constituição Federal.

“Quem diz isso não sou eu, mas o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Assinaram um Termo de Ajustamento de Gestão porque o ex-governador Aécio Neves e o último governador não cumpriram o mínimo constitucional. Há uma ausência de investimento em saúde de R$ 7,8 bilhões nesse período. Qual a credibilidade do adversário em falar que vai investir em saúde se não o fez?”, questionou.

Dilma foi acompanhada por Pimentel durante campanha em Contagem – Foto: Lincon Zarbietti/O Tempo

Dilma também se disse “estarrecida” e “espantada” com os dados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no Estado. “Minas tem uma baixíssima cobertura do Samu, que só está em 28% do Estado. Divinópolis, que é uma cidade importante, não tem”, criticou a petista ao acrescentar que o programa é financiado pelo governo federal.

Discurso

Para uma plateia de cerca de 1.500 pessoas, que ocuparam o salão de um hotel em Contagem, a petista agradeceu a votação que teve no Estado – onde abriu vantagem de cerca de 400 mil votos para Aécio Neves – e subiu o tom contra o tucano. A petista disse que ele “fala muito sobre aparelhamento do Estado”. “Eu nunca virei vice-presidente da Caixa Econômica Federal aos 25 anos”, alfinetou Dilma. Aécio foi nomeado ao cargo de diretor de Loterias da estatal pelo então presidente José Sarney em 14 de maio de 1985, aos 25 anos. “Nunca construí aeroporto na fazenda do meu tio”, encerrou a candidata à reeleição.

Dilma agradeceu a votação que obteve em Minas no primeiro turno, disse que o segundo turno vai ser “duro” e que o eleitor terá que escolher entre “um projeto que fez o Brasil avançar” ou outro “que representa o que vocês conhecem bem e rejeitaram nas urnas”.

Dissidentes do PSB apoiam PT

No palco montado para o discurso, uma bandeira do PSB tremulava logo atrás de Dilma, chamando a atenção dos presentes. A explicação veio em seguida, quando a candidata à reeleição recebeu uma carta de apoio assinada por filiados de partidos que não aderiram ao PT no primeiro turno. O documento foi entregue pelo ex-prefeito de Uberlândia Zaire Rezende. Filiado ao PMDB, ele liderou um grupo de peemedebistas contrários a aliança com o PT em Minas e que decidiu pelo apoio a Tarcísio Delgado (PSB) na disputa pelo governo do Estado. Integrantes do PSB – que declarou apoio a Aécio Neves –, PPL, PRTB e da Rede Sustentabilidade também assinaram a carta de apoio a Dilma no segundo turno.

Pimentel promete nova vitória

O governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), apareceu em público pela primeira vez no Estado após a vitória em primeiro turno no último domingo, quando derrotou Pimenta da Veiga (PSDB). Em discurso, o petista “prometeu” a Dilma Rousseff que os mineiros votarão nela novamente no dia 26 de outubro e ecoou a polarização entre PT e PSDB, cenário eleitoral que se faz presente no Brasil e reverbera em Minas. “O Estado que primeiro disse não foi Minas. Aqui, nós derrotamos o PSDB no primeiro turno. Nós conhecemos o modelo tucano e não queremos isso de volta para o Brasil. Esse modelo foi reprovado nas urnas, e é hora de Minas, de novo, dar o exemplo”, disse Pimentel.

(O Tempo)

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