Hobby virou negócio e Marcelo já vendeu peças para 4 estados do Brasil. Cada uma demora 6 meses para ficar pronta e encher o dono de orgulho.
Em Caratinga, no Leste de Minas, um fã de seriados japoneses mais antigos, daqueles lá dos anos 90, resolveu, na brincadeira, criar armaduras dos heróis preferidos. O hobby virou trabalho sério e hoje as produções já passaram por Minas, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.
O responsável pela arte é Marcelo Senra Ferreira, de 34 anos, conhecido como “Marcelo Robocop”. O nome já representa muito, afinal a primeira armadura feita, há quase quatro anos, foi mesmo do ciborgue mais famoso do cinema. “No começo comecei fazendo de brincadeira e acabou que, com o resultado, achei tão bacana, que agora não vejo como sair disso.”, diz Marcelo.
O servidor público vira o “engenheiro secreto” aos fins de semana e também depois das cinco da tarde, de segunda a sexta. O covil de trabalho é localizado em um cantinho da casa dele. Para cada armadura ficar pronta, são seis meses de concentração na caverna particular.
Cada peça é feita com uma mistura de silicone, massa plástica, pintura automotiva e resina. Produtos caros, para quem mora no interior, mas depois de pronto o trabalho não tem preço para Marcelo. “Quando eu comecei a fazer, era brincadeira, eu não tinha ferramenta, mas depois eu mesmo comecei a me cobrar, aí montei um cantinho lá em casa para fazer o trabalho. Futuramente quero fazer um espaço só para isso.”, afirma o artista.
Agora Marcelo terminou um projeto de sete meses, a nova armadura do robocop. As medidas ficaram idênticas ao herói. E não para por aí, para o começo do ano que vem tem um projeto no forno, o traje completo do Iron Man, e até o sistema elétrico já está pronto.
O talento das mãos do artista já passaram por várias cidades do Brasil. No momento as encomendas estão na fila. “Estou terminando até o fim do ano três armaduras, do jaspion nova, jiraya e power ranger”, diz o fã de Robocop, contente com o reconhecimento do trabalho.
A jornada dos heróis construídos em casa, já chegou à uma grande conquista. Durante um evento de cosplay em São Paulo, em 2014, o ator japonês que interpretou o Jiraya, nos anos 90, Takumi Tsutsui, elogiou o capacete feito pela mãos brasileiras do artista. “O ator do jiraya veio ao Brasil e usou o capacete que eu fiz. Ele me elogiou e disse que o capacete é o mais parecido que ele já viu até hoje”, diz.
Para quem começa agora na arte de criar armaduras, mesmo por hobby, o “robocop”, em um ato heróico, empresta um pouco da sabedoria. “O segredo é persistência. Quando comecei a mexer com isso nunca tinha ouvido falar de cosplay, e eu era muito fã de um cara, aí corri atrás, estudei, e com dedicação hoje consigo fazer um trabalho legal, mas a persistência é que manda mesmo.”, diz Marcelo.
(Inter TV dos Vales)