PMDB inicia processo de exclusão do prefeito de Teófilo Otoni do partido

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TEÓFILO OTONI – Integrantes da Comissão Executiva Estadual do PMDB-MG se reuniram hoje (18 de agosto), na sede do partido, para discutir o descumprimento da resolução nº 02, do dia 07 de julho de 2014, que trata da fidelidade partidária nas eleições gerais deste ano e a punição dos membros da legenda. Na ocasião, foi anunciada a criação de uma comissão para analisar possíveis casos de infidelidade no partido e foi apresentada uma representação de dissolução do diretório de Teófilo Otoni, uma vez que o prefeito do município, Getúlio Neiva e representantes do diretório local declararam publicamente o seu apoio ao grupo adversário às chapas majoritárias compostas por PMDB/PT.

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Durante a reunião, ainda foi apresentado um requerimento pelo deputado federal Newton Cardoso que pede a abertura de processo ético contra o prefeito Getúlio Neiva, por reiterados descumprimentos de diretrizes partidárias. Lembrando que a comissão recém-criada pelo partido para analisar a infidelidade partidária terá como presidente o deputado estadual Sávio Souza Cruz e como demais membros o prefeito de Periquito, Geraldo Godoy e o ex-prefeito de Pedro Leopoldo, Ângelo Tadeu. Já a representação pela dissolução do diretório de Teófilo Otoni terá como relator o também membro da Comissão Executiva, João Alberto.

O presidente do PMDB-MG, deputado federal Antônio Andrade, destacou a importância da união no partido. “Todos os integrantes do PMDB que disputaram as últimas eleições estavam cientes das regras do nosso estatuto. Prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e presidentes de diretórios devem apoiar as decisões majoritárias da legenda”. Segundo Andrade, o processo que levou a tais decisões foi democrático. “O resultado da nossa convenção mostrou, quase que por unanimidade, que o partido quer seguir com o PT nestas eleições. Prezaremos pela unidade que conquistamos no PMDB”, concluiu.

Além dos membros da Comissão Executiva Estadual do partido, estiveram presentes na reunião membros do PMDB Jovem, do PMDB Mulher e integrantes da imprensa mineira.

Vai recorrer

O prefeito Getúlio Neiva e o diretório municipal do PMDB tem o prazo de 10 dias para recorrerem da decisão. “Vou brigar até o fim para ficar no partido. Tem governadores apoiando Aécio. Será que eles também serão expulsos?”, indagou o chefe do executivo teófilo-otonense. “Quando eu discordar, eu saio, mas não tenho motivos para sair, pois não há dissidência. No dia da votação para a composição estadual 41% foram contra a união com o PT. Nem a opção Não havia na cédula, apenas o Sim. Decidi não votar naquela farsa. Hoje, o partido não tem autoridade moral para expulsar um partidário, visto que a eleição de composição foi forjada”, protestou Getúlio.

Já em relação a dissolução do diretório local, o presidente municipal do PMDB, vereador Northon Neiva, foi enfático. “A decisão de Getúlio Neiva foi isolada. Quando foi que o diretório municipal declarou apoio a outro grupo que não o de Pimentel ou o do PT? Na convenção do partido, eu e o secretário de Serviços Urbanos, ‘Alemão’, únicos com direito ao voto em T. Otoni juntamente com o prefeito, optamos pelo sim. Getúlio preferiu não votar porque só havia a opção Sim. Durante a visita de Pimenta da Veiga e Anastasia a T. Otoni, há cerca de 15 dias, o prefeito acompanhou e posou para foto junto a comitiva do PSDB. Mas, em algum momento, eu ou alguém da executiva municipal estivemos presentes? Cadê a foto? Saiu em qual jornal? Isto não existiu. Getúlio é delegado local do partido, pode e tem o direito de tomar suas decisões, isoladamente, o que não diz respeito aos posicionamentos do diretório municipal”, alegou o presidente da Câmara de Vereadores.

Para o ex-secretário de Fazenda e da secretaria de Integração, Trabalho e Emprego, André Neiva – que recentemente desistiu de sua candidatura a deputado estadual pelo PTN e se filou ao PMDB para coordenar a campanha a governador de Fernando Pimentel (PT) no nordeste de Minas Gerais – a culpa pela situação é do próprio prefeito. “Acho que Getúlio está sendo mal assessorado. Ele próprio que causou esse caminho ao subir no palanque do adversário do seu partido e declarar apoio ao mesmo. A diretiva estadual tomou esta medida, pelo que fiquei sabendo, para servir de exemplo aos demais insurgentes”, opinou. André, que é primo do prefeito, informou que deixou a administração municipal por não concordar com as opções políticas ali assumidas, e que, porém continuará atuando para auxiliar o executivo da melhor maneira possível.

Dissidência

Segundo Getúlio Neiva, o processo de sua exclusão dos quadros do PMDB ganhou força desde a última quinta-feira (14), quando participou de uma reunião em Belo Horizonte com os candidatos a governador, Pimenta da Veiga (PSDB), e a senador Antônio Anastasia (PSDB). Na ocasião, 13 prefeitos do PMDB em Minas estiveram presentes para declarar apoio ao grupo tucano.

Em depoimento ao jornal, Getúlio citou a reforma partidária como soluções a impasses do tipo, e afirmou que posições políticas adotadas nas eleições não são suficientes para fazer valer decisões vindas de cima para baixo, sem uma ampla consulta às bases do partido. “O próprio Antônio Andrade disse que isto é normal (as dissidências), coisa que acontece em todas as agendas, principalmente em época de eleição. Enquanto não houver uma reforma partidária no Brasil vai ser assim. Se houvesse reforma haveria solidez ideológica e não partidária. Vou ficar no PMDB. Um grupo de autoridades da capital não pode decidir sozinho. O PMDB é o partido que ajudei a fundar e que vou permanecer”, frisou.

Do outro lado

Ainda na segunda-feira, mais de 70 integrantes do PMDB – entre prefeitos, vices, vereadores e personalidades do meio – declararam espontâneo apoio aos candidatos da Coligação Todos por Minas, encabeçada por Pimenta da Veiga (PSDB).

Além de 40 prefeitos, cinco vice-prefeitos, 15 vereadores, 10 ex-prefeitos, e oito integrantes do diretório estadual do PMDB manifestaram oficialmente o engajamento nas campanhas de Pimenta da Veiga ao Governo de Minas, Dinis Pinheiro como vice, Antonio Anastasia ao Senado e Aécio Neves à Presidência da República.

Em encontro realizado em Belo Horizonte com a presença de Dinis Pinheiro, lideranças peemedebistas garantiram empenho em suas respectivas bases eleitorais com objetivo auxiliar a campanha do candidato tucano.

“Esse apoio que estamos recebendo demonstra, de forma inequívoca, o reconhecimento pela gestão republicana realizada em Minas. Gestão que integrou as ações do Estado, levando o desenvolvimento a todas as regiões, sem jamais levar em conta os partidos dos prefeitos. Nosso foco é o povo mineiro”, disse Dinis.

(Fonte: Diário de Teófilo Otoni)

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