Seca e temperaturas atípicas reduzem em 30% a safra de café no Sul de Minas Gerais

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Estimada inicialmente em 60 milhões de sacas, a projeção da colheita de café no país, neste ano, já caiu, extraoficialmente, para algo em torno de 45 milhões de sacas de 60 quilos.

A seca e as altas temperaturas atípicas do início do ano geraram uma quebra de safra que se aproxima de 15 milhões de sacas, sendo 4 milhões no Sul de Minas, o equivalente a 30% da produção daquela região.

O estresse hídrico gera incertezas também sobre a safra de 2014-2015, o que tem potencializado as oscilações de preços, que estão com viés de alta desde dezembro de 2013. Desde o início do ano, a valorização já é de 56%, com o café chegando ao fim de junho cotado perto de US$ 211 a saca de café arábica.

Na região Sul do Estado, a principal produtora do país, a estimativa da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) é de uma safra de 12 milhões de sacas contra uma projeção inicial de 16 milhões de sacas.

“Já colhemos de 30% a 35% da safra e, pelo andamento, teremos uma quebra média de 30%. As lavouras mais antigas resistiram melhor à seca e a perda é menor, sendo inclusive compensada pelo preço mais alto. Mas as lavouras novas, de até dois anos, sofreram impacto maior e a situação é ruim”, diz o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa.

(Armazém da Cooxupé em Guaxupé, no Sul de Minas – Foto: Luiz Costa/Hoje em Dia)

Especulação

O corretor de café do escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, observa que há um movimento de compra forte na bolsa de Nova York, motivado por informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos de que a safra será menor.

“Por enquanto, o mais prudente é desconfiar. Não existem ainda dados precisos de safra, e o preço varia conforme o boato do dia. Mas existe muita incerteza, o que gera alta do preço, que deve se manter até o final do ano e confirmar um 2014 bom para o setor”, afirma.

De acordo com Carvalhaes, o país precisa de uma safra de 32 milhões de sacas para exportação e 20 milhões para o consumo interno. Caso a safra fique em torno de 45 milhões de sacas, serão utilizados estoques. “Não vai faltar café, mas em meados de julho teremos informações mais claras da safra e do quanto de estoque teremos. Acredito que, em agosto, entraremos em um ritmo de exportação de 3 milhões de sacas por mês. Hoje, são 2 milhões mensais”, afirma.

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