Manifestação deixa rastro de destruição e termina com 15 detidos e dois feridos em Belo Horizonte

0

Mesmo em número bem inferior ao estimado pelos organizadores, um grupo de manifestantes “dominou” o Centro de Belo Horizonte nesta quinta-feira (12). O resultado do protesto foram lojas depredadas, inclusive prédios de órgãos públicos, 13 pessoas presas, dois menores apreendidos e pelo menos dois feridos, sendo um fotógrafo da Reuters e um policial militar. Entre os adultos conduzidos estão um engenheiro e um médico, morador da Savassi, na região Centro-Sul da capital mineira.

O protesto começou por volta das 13h, com vários movimentos sociais e reivindicações diversas. Cerca de 500 pessoas chegaram a se aglomerar na Praça Sete, até fecharem o cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas. O esperado pelo Comitê Popular dos Atingidos pela Copa (Copac) era de aproximadamente 5 mil participantes.

No local, chegaram a promover um partida de futebol improvisada na via interditada. A Polícia Militar acompanhou de perto, mas sem intervir, apenas fazendo revistas em pessoas com atitudes suspeitas ou com mochilas. O trânsito ficou complicado na região central em função do ato.

Cerca de duas horas depois, os manifestantes iniciaram uma marcha em direção a Praça da Liberdade, acompanhados de perto pela Polícia Militar, que montou um forte esquema de segurança. O grupo chegou a atirar pelo menos cinco rojões em direção aos policiais, que não reagiram.

Além de integrantes de movimentos sociais, outros cidadãos se juntaram ao protesto. O locador Mario Pereira, de 49 anos, levou o filho e uma faixa pedindo para o brasileiro “acordar”. “Promoveram várias obras para a população, como metrô, anel rodoviário e hospital do Barreiro, mas só o Mineirão teve prioridade”, reclamou.

Já a advogada Regina Rios, de 45 anos, também engrossou o movimento, apesar do medo da violência do protesto. “Sou contra a Copa e os gastos excessivos com os estádios”, afirmou.

Por onde a marcha seguia, comerciantes fechavam as portas com medo de possíveis ataques. O dono de uma pizzaria da avenida João Pinheiro, Jair Caetano Filho, de 33 anos, foi um dos que se precaveram. “A gente não sabe o que pode acontecer. Melhor prevenir do que remediar”, afirmou.

Os Black Blocs se exibiram somente na avenida João Pinheiro, aumentando a tensão. Ao chegar na Praça da Liberdade, a PM fez um cordão em frente ao relógio da Copa, que fez uma contagem regressiva para a chegada do evento.

A confusão começou por volta das 16h, quando o grupo, conforme a polícia, teria atacado pedras em direção ao relógio. No entanto, os manifestantes acusam os militares de agirem primeiro. Os policiais protegeram a Praça da Liberdade, enquanto vândalos ficaram livres para destruírem o que queriam em seu caminho.

Residências, lojas, a sede da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), duas agências bancárias e até o prédio do Detran foram alvo de pedras. Uma viatura da Polícia Civil foi destruída e virada no órgão estadual, enquanto isso, os policiais permaneciam na Praça da Liberdade, sem intervir.

Um morador de rua, que reclamava da atuação da PM, chegou a ser arrastado por policiais, mas devido a intervenção de populares foi liberado. Parte dos manifestantes se dispersaram após o início da confusão.

O grupo restante, formado por quase 200 pessoas, desceram de volta para a Praça 7. No trajeto, alguns vândalos atacaram uma loja da operadora Vivo e a da drogaria Pacheco. O fiscal Gulivan Nascimento, de 18 anos, era um dos sete funcionários que estavam dentro da farmácia no momento da depredação. “Assim que vimos eles, fechamos as portas. Começaram a chutar e corremos para o fim da loja. Chegamos a achar que iam entrar, mas não conseguiram. Foi um susto grande”, relatou.

Ao chegar na Praça 7, o grupo voltou a fechar o cruzamento e atos de vandalismo se espalharam pela região. Um pequeno grupo chegou a chutar algumas lojas no quarteirão fechado da rua Pataxós e quebraram telefones públicos, outra vez, sem intervenção da PM.

A manifestação só foi encerrada por volta das 18h, com a presença maciça de policiais na Praça 7 e a dispersão do grupo.

Reincidente em vandalismo participa de depredação na capital durante protesto

Homem foi flagrado no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MG) depredando viatura

Viatura da Polícia Civil é virada por um grupo de manifestantes no Centro da capital

Avenida João Pinheiro, em Belo Horizonte – Foto : Polícia Militar / Divulgação

Repórter fotográfico fica ferido na cabeça ao ser atingido por pedra

Repórter fotográfico Sérgio Moraes, da Agência Reuters – Foto: Leandro Couri / EM

Veja vídeos do vandalismo Black Bloc em Belo Horizonte

Manifestantes quebram viatura da Polícia Civil

Outro vídeo da destruição da viatura da Polícia Civil

Grupo entra em confronto com a PM e em seguida depreda lojas

Banco é apedrejado durante protesto

Grupo usa tapumes para se proteger

Manifestantes chegam na Praça da Liberdade

Jovens jogam pedras contra a PM

Homens mascarados fazem corrente humana

Ponto de ônibus é destruído na Avenida João Pinheiro

Manifestantes picham o muro do Detran

(Fonte: Estado de Minas / Hoje em Dia)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui