Após quase dez horas totalmente interditada, a BR-381, em Nova Era, na região Central de Minas Gerais, foi liberada por manifestantes na tarde desta terça-feira (27). O bloqueio causou até 10 km de congestionamento e ainda provocou briga entre os participantes do ato e torcedores do Corinthians.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), irritados com a longa fila de veículos formada devido ao protesto, alguns corintianos integrantes da torcida organizada “Gaviões da Fiel” desceram dos ônibus em que voltavam de jogo no Nordeste e discutiram com os manifestantes.
Durante a confusão, um grupo de 30 torcedores correu atrás e até agrediu alguns manifestantes, que se recusaram a liberar a rodovia. Dois tiros chegaram a ser disparados para o alto.
“Estava quase tudo acertado para a pista ser liberada. O que complicou foi a situação foi a chegada do ônibus dos torcedores Corinthians. Os torcedores se uniram aos manifestantes contra a Polícia Rodoviária Federal, atirando bombas e pedras contra a equipe. Posteriormente, os torcedores ficaram contra os manifestantes e passaram a força pela barricada de fogo”, narrou o delegado da Polícia Rodoviária Federal em João Monlevade, Gledson Ferreira.
Dois moradores de Nova Era ficaram feridos e foram encaminhados para o Hospital São José, na própria cidade, e Hospital Margarina, em João Monlevade. Uma das vítimas teve um corte no braço e outra um ferimento na cabeça. O estado de saúde delas não foi informado.
(Trator e caminhões pipas foram utilizados para limpar a pista – Foto: Bell Silva / O Popular)
Causa do protesto
O ato ocorreu na altura do km 320 e foi feito por moradores de casas danificadas por explosão de caminhão ocorrida na mesma estrada, mas no último dia 11. Na data, os destroços do veículo, que estava carregado com material de limpeza, atingiram e estragaram as residências do bairro Baixada Pimenta. Nesta terça, os manifestantes exigiram que seus imóveis fossem consertados, uma vez que alegam que nenhum funcionário da empresa responsável pelo caminhão queimado se apresentou para custear o prejuízo.
O mecânico Reginaldo José de Carvalho, de 25 anos, contou que mais de 40 casas foram atingidas pela explosão. “A casada minha irmã, por exemplo, teve as janelas estouradas. A empresa marcou uma reunião com os moradores nessa segunda, mas ninguém apareceu”, disse.
A dona de casa Maria de Lourdes, de 59, reclamou da posição da prefeitura. “Já pedimos ajuda da prefeitura para recolher o entulho, mas ninguém ajudou. Minha casa teve 12 telhas de amianto e 20 coloniais quebradas”, desabafou.
(O Tempo / Aconteceu no Vale)