A Justiça Federal mandou soltar os quatro acusados de envolvimento no transporte de quase meia tonelada de pasta base de cocaína em um helicóptero da família Perrella, no interior Espírito Santo. A aeronave foi apreendida em uma fazenda no município de Afonso Cláudio, na região Serrana, em novembro de 2013. Serão soltos o piloto Rogério Almeida Júnior, o copiloto Alexandre José de Oliveira Júnior e os dois homens que teriam descarregado a droga: Robson Ferreira Dias e Everaldo Lopes de Souza.
Eles foram denunciados por tráfico e associação para o tráfico, mas agora vão responder em liberdade. Também responde ao processo, o dono da fazenda, Elio Rodrigues, mas ele não estava preso. O deputado mineiro Gustavo Perrela, sócio da empresa dona do helicóptero, não foi citado na denúncia. Segundo a Polícia Federal, ele não tem envolvimento no caso. A Justiça definiu que o helicóptero continua em poder do governo do Espírito Santo, mas não pode ser usado. O Ministério Público Federal ainda vai decidir se recorrerá da decisão.
Para o MPF-ES, os denunciados se associaram para importar de forma rotineira cocaína do Paraguai para o Brasil. O piloto teria sido convidado a participar do esquema para fazer o transporte das drogas e ganharia R$ 50 mil para o serviço, saindo de Belo Horizonte às 7h e retornado às 18h.
Trajeto do helicóptero
Informações sobre a origem da droga e o trajeto do helicóptero ainda são objeto de investigação. Segundo a Polícia Federal, sabe-se que o helicóptero esteve no Paraguai no dia 23 de novembro para buscar a droga. No mesmo dia, o entorpecente foi transportado para um lugar ainda indefinido, em São Paulo, e o helicóptero foi guardado sem a droga no Aeroporto Campo de Marte. No dia seguinte, já com a pasta base de cocaína, a aeronave realizou um pouso em Minas Gerais para abastecer, e depois seguiu viagem até o Espírito Santo. Não há informações se o piloto que conduziu a aeronave até o país vizinho é o mesmo que foi detido em Afonso Cláudio.
Custo do serviço
Ainda de acordo com o auto de prisão, o grupo receberia mais de R$ 186 mil para fazer o transporte da droga. Com os suspeitos, a polícia também apreendeu 11 aparelhos celulares, sendo dois deles com comunicação via satélite, e dois aparelhos GPS, com capacidade de navegação aérea em grandes distâncias. (G1)