O ambientalista Luiz Fernando Ferreira Leite, 54 anos, vítima de um atentado a tiros em 27 de março em Milho Verde, distrito do Serro, no Alto Jequitinhonha, foi ouvido nesta segunda-feira, em Belo Horizonte pelo delegado responsável pelas investigações, Flávio Vinícius Martins Castro. A vítima tem medo de retornar ao local do crime, onde mora, pois diz temer pela sua segurança. O ambientalista, que é diretor-presidente do Instituto Milho Verde, ONG que atua em projetos ambientais, alega que vem sendo ameaçado de morte desde 2006, quando denunciou atividades de desmatamento ilegal às margens do Rio Jequitinhonha, mas não aponta nomes de possíveis suspeitos. O delegado vai ouvir os vizinhos dele em Milho Verde para tentar alguma pista sobre o autor dos disparos.
A tentativa de homicídio foi por volta das 20h30. Luiz Fernando foi atingido por dois tiros pelas costas quando deixava sua casa de carro, a caminho de uma reunião na sede do instituto. Ele foi socorrido inicialmente no Serro, levado para Diamantina e transferido para a capital para retirada de uma bala alojada no braço esquerdo. “Estou com medo de voltar para casa e ser morto”, disse a vítima, que permanece em Belo Horizonte. Nesta quarta-feira, ele pretende levar o caso à Comissão de Direitos Humanos de Minas Gerais.
Luiz Fernando promove ações de economia solidária em Milho Verde, onde mobiliza a comunidade para a proteção do Monumento Natural Estadual Várzea do Lajeado e Serra do Raio, que segundo ele, tem sido alvo constante de tentativas de posse ilegal e extrativismo predatório. A Polícia Civil informou que o carro do ambientalista já foi periciado, que as investigações procedem e que ainda não há suspeito de ter cometido o crime. (Estado de Minas)