O produtor rural Manoel Gonçalves de Oliveira, de 66 anos, olha com pesar a construção inacabada do que deverá ser o posto de saúde da comunidade de Borá, zona rural de Montes Claros, no Norte de Minas. Há três anos, mais de 50 famílias esperam a conclusão da obra que deve beneficiar mais de 2 mil pessoas da região na prestação de atendimento básico de saúde. “A construção começou na gestão anterior, mas quando estava na fase de acabamento a obra parou sem explicação”, lamentou Oliveira.
BORÁ – Produtor rural Manoel Gonçalves mostra a construção inacabada de um posto de saúde – (Foto: Dione Afonso/HD)
O imóvel de seis cômodos está com quase tudo pronto: sala para consultório, ala para vacinação e triagem, instalação elétrica e água. Mas o local serve apenas como “sala de reunião” para os moradores da comunidade. Cadeiras e mesas escolares estão amontoadas em um canto até que a obra seja concluída. Enquanto isso, as consultas que são realizadas pela equipe do Programa Saúde da Família (PSF) são feitas na casa do produtor rural, uma vez por mês.
Na cidade, o problema identificado pela população é a superlotação dos centros de saúde provocada pelo aumento de moradores. No centro de atendimento de saúde do bairro Santa Rafaela, quatro bairros são assistidos no PSF, uma média de 5 mil pessoas acompanhadas por uma equipe de médicos, enfermeiras, dentista e agente de saúde.
Segundo a administradora de empresa Josefa Almeida Teixeira, de 39 anos, a superlotação prejudica o atendimento. “Como paciente, sinto que o acompanhamento do médico fica limitado e prejudicado devido ao grande número de pacientes que devem ser acompanhados pelo programa”, disse.
A Secretaria de Saúde reconhece o aumento da demanda. Para minimizar os efeitos, está realizando o mapeamento dos bairros para novas divisões. “Com isso, vamos identificar as necessidades de cada região e estender o atendimento aos novos moradores”, disse a secretária Ana Paula de Oliveira Nascimento.
Para este ano está prevista a construção, ampliação e readequação de novas unidades. Com investimento médio de R$ 10 milhões, a expectativa é de que a secretaria aumente para 130 o número de Unidades Básicas de Saúde. Hoje são 86. “Aliado a isso, também estamos solicitando ao Ministério da Saúde o encaminhamento de 18 médicos do programa Mais Médicos para que esses locais estejam com equipes completas para atendimento”, salientou a secretária.
(Hoje em Dia)