Associativismo fortalece assentados e impulsiona economia no Vale do Rio Doce

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O município de Jampruca, no Vale do Rio Doce, tem testemunhado uma transformação na vida de seus assentados por meio do associativismo. Antes enfrentando diversas dificuldades, os agricultores locais agora encontram novas oportunidades de geração de renda. A Associação Jampruquense de Agricultoras e Agricultores Familiares (Ajudaar) movimentou cerca de R$ 2,5 milhões em 2024 e pretende expandir tanto o faturamento quanto o número de associados, que atualmente chega a 189 filiados.

Projetos e impacto econômico

Grande parte da receita da associação vem do Projeto de Coleta de Sementes Nativas da Mata Atlântica, uma iniciativa da Fundação Renova para restaurar florestas e mananciais em Minas Gerais. Além disso, a Ajudaar participa do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), com o suporte da Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura de Minas Gerais (Seapa).

Com a orientação do extensionista da Emater-MG, Roney Monteiro, a associação estruturou um projeto coletivo para fornecer alimentos a diversos municípios. “Além de mobilização e assistência técnica aos produtores, também fizemos o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), que qualifica as famílias agricultoras para políticas públicas do setor”, explicou Monteiro.

Entre os próximos passos, a Ajudaar planeja a construção de uma tenda de farinha e de uma câmara fria para armazenamento de sementes, aumentando a qualidade e o valor agregado dos produtos. Já a Associação São Geraldo, entidade parceira, aposta no plantio de café, uva e goiaba, com o objetivo de viabilizar, no futuro, uma agroindústria para o processamento dessas frutas.

O protagonismo feminino

Desde sua criação, a associação se destacou pela forte presença feminina. Inicialmente composta por 42 mulheres e apenas dois homens, a Ajudaar segue com uma diretoria totalmente formada por mulheres.

“No começo, o pessoal achava que não ia dar certo, que a gente estava perdendo tempo. Para reativar a feira livre, por exemplo, foi uma luta. Mas nossa persistência foi vencendo as resistências e o povo foi tomando gosto pelo projeto”, conta Grasiele Leila de Souza, secretária da Ajudaar e presidente da Associação São Geraldo de Agricultores Familiares de Jampruca.

Os resultados demonstram a força do associativismo. Em 2023, os agricultores coletaram duas toneladas de sementes, de 77 espécies. Já no ano passado, esse número saltou para 10 toneladas, de 113 espécies, com um faturamento de quase R$ 1,9 milhão.

“Teve agricultor que recebeu até R$ 100 mil no ano, dependendo da quantidade de sementes coletadas. Esse dinheiro permitiu que famílias realizassem o sonho de ter água encanada ou construir um banheiro em casa. A associação se tornou uma oportunidade de mudança de vida para muita gente, por isso cresceu bastante o interesse dos agricultores e o número de filiados”, afirmou a presidente da Ajudaar, Regiane Pereira de Souza.

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