Se depender das lideranças da Rede Sustentabilidade, o apoio do PSB à chapa encabeçada pelos tucanos ao governo de Minas pode naufragar, a exemplo do cenário que vem se desenhando em São Paulo.
Fiel a Marina Silva, Zé Fernando defende a candidatura própria do PSB e pode ser a opção (Foto: Charles Silva Duarte)
Em nota postada ontem no perfil do diretório estadual da Rede no Facebook, os “marineiros” pedem o lançamento de uma candidatura própria para por fim à “hegemonia do PSDB em Minas Gerais”. Conforme a nota, a Rede quer “oxigenar” a prática política no Estado “desgastada com o rodízio de velhos grupos no poder e há muito tempo incapaz de ousadia e inovação”. O alvo da crítica é o PSDB, que, no fim do ano, completará 12 anos à frente do Executivo.
Para o ex-deputado federal José Fernando Aparecido, militante da Rede que se filiou ao PSB após a adesão da ex-senadora Marina Silva à sigla, é importante que o partido tenha candidato próprio nos principais colégios eleitorais do país, como São Paulo, Minas e Rio.
“O PSB tem uma candidatura nacional, que pode ser com a Marina, e que é uma alternativa à polarização PT-PSDB. Isso também se desdobra nos Estados”, afirma.
A aliança entre tucanos e socialistas tem como principal defensor o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). Ele vem afirmando, reiteradamente, que a tendência de sua legenda é apoiar o candidato tucano ao governo. Provavelmente o nome lançado pelo PSDB será o do ex-ministro Pimenta da Veiga.
O secretário nacional do PSB, Carlos Siqueira, confirma que o partido não tem se movimentado para lançar um candidato ao Palácio Tiradentes. Ele destaca, porém, que o caso de Minas é diferente do de São Paulo e de outros Estados. “Em São Paulo e no Rio, não se trata somente da posição da Rede. Nós do PSB também somos a favor de lançar um nome próprio”, explica.
Locais. O presidente do PSB em Minas Gerais, deputado Júlio Delgado, afirma que a prioridade da legenda é construir um palanque de apoio no Estado para a chapa de Eduardo Campos (PSB) e Marina. Ele destacou, porém, a importância de traçar acordos mirando o segundo turno.
Já o presidente do PSDB estadual, deputado Marcus Pestana, questiona a legitimidade da Rede. “Vamos dialogar com a Rede em Minas Gerais quando ela tiver existência institucional e jurídica. Nosso diálogo é com o PSB, onde a Rede se encontra abrigada”. Pestana ainda alerta que a postura da Rede, reativa a alianças em Estados, como São Paulo, “pode levar Eduardo Campos a um extremo isolamento”.
São Paulo
Em São Paulo, o apoio do PSB à reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB) estava praticamente selado até o mês passado. Após pedido de Marina Silva, a sigla cogita lançar candidato próprio.
(Fonte: Jornal O Tempo)