Homem é condenado a quase 50 anos de prisão pelo assassinato de um jovem e de um bebê em Nanuque

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Em sessão do Tribunal do Júri realizada ontem, 23 de março de 2022, em Nanuque, um homem foi condenado à pena privativa de liberdade de 49 anos e quatro meses pela prática de dois homicídios qualificados.  O Júri foi realizado pela promotora de Justiça Bruna Bodoni Faccioli, e presidido pela magistrada Aline Gomes dos Santos Silva. 

Em 21 de janeiro de 2020, por volta da meia noite, o homem condenado, juntamente com dois outros indivíduos não identificados até o momento, sob o comando do chefe da organização criminosa, atualmente foragido, mataram um jovem de 22 anos e seu filho de um ano e 6 meses, efetuando inúmeros disparos de arma de fogo. O crime ocorreu na casa da mãe e da avó da criança, onde o pai dormia com o bebê. 

Segundo apurado, o sentenciado e os comparsas se deslocaram até a residência da criança e se depararam com o imóvel fechado. Derrubando a motocicleta da vítima, atraíram a avó e a bisavó da criança para fora da casa e conseguiram entrar no imóvel. Lá dentro, armados com pistola 9mm, foram até o quarto onde o pai estava com o bebê e efetuaram diversos disparos de arma de fogo, atingindo o pai com seis tiros e a criança com quatro. Em seguida, os autores deixaram o local. Durante a fuga, os indivíduos ainda chegaram a manter contato visual com um policial militar que estava de folga, tendo trocado tiros. 

Conforme a acusação, o crime foi cometido por motivo torpe, no contexto de tráfico de drogas. A vítima de 22 anos integrava organização criminosa em Nanuque e exercia a gerência do tráfico no bairro Vila Nova. Após desentendimentos, passou a vender drogas para outra pessoa e foi morto para que o homem condenado assumisse a gerência do tráfico no bairro. O crime também foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas, pois praticado durante a noite, enquanto dormiam, com superioridade de agentes e de armas de fogo.  

A autoria foi identificada após intensa investigação da Polícia Civil de Nanuque, conduzida pelo delegado Luís Bernardo Rodrigues de Morares Neto. Após denúncias anônimas e depoimento de parente das vítimas apontando a autoria para o sentenciado e o líder da organização criminosa, foi realizada a perícia de microcomparação balística entre os estojos recolhidos na cena do crime e os estojos recolhidos em um outro homicídio tentado, ocorrido em dezembro de 2019. Após a perícia, ficou comprovado que a mesma arma de fogo foi utilizada nos dois crimes, sendo que, no primeiro, o homem agora condenado já tinha confessado a autoria crime, sendo inclusive condenado pela tentativa de homicídio. 

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