Minas Gerais alcançou índice de 97,5% de cobertura vacinal em bovinos e bubalinos de zero a 24 meses contra a febre aftosa. A campanha teve início em 1/11/2021 e foi prorrogada para 20/12 devido a problemas na distribuição do imunizante pelas revendas e em razão ao enfrentamento da pandemia de covid-19. No entanto, mais de 300 mil produtores rurais imunizaram 10,2 milhões de animais nos rebanhos mineiros.
Os pecuaristas puderam comprovar a vacinação até 30/12. Os dados foram monitorados e analisados diariamente pela Gerência de Defesa Sanitária Animal (GDA) do IMA, por meio do Sistema de Defesa Agropecuária (Sidagro).
Repercussão
Coordenador em Minas do Programa de Vigilância para a Febre Aftosa e fiscal do IMA, Natanael Lamas Dias atribui o bom desempenho da vacinação ao comprometimento do pecuarista e ao gerenciamento da campanha pelo Estado. “Um fator muito importante para o desempenho da campanha é a conscientização do produtor rural aliada à divulgação dos prazos a serem cumpridos conforme legislação vigente e gestão da campanha”, argumenta.
Apesar da pandemia, o alto índice alcançado confirma o cuidado do produtor rural com a sanidade do seu rebanho. Todas as regiões do estado fecharam com índices acima de 90%, atendendo ao planejado pelo programa de vacinação.
Sistema de vigilância
Devido ao planejamento para melhorar o status sanitário de Minas Gerais em relação à febre aftosa, estratégias para o fortalecimento do sistema de vigilância vêm sendo adotadas. O objetivo é promover ações de detecção precoce e de resposta rápida a emergências sanitárias.
Há cinco componentes de vigilância para a febre aftosa: as realizadas a partir de notificações de suspeitas; em propriedades rurais; em eventos agropecuários; em estabelecimentos de abate; e as para estudos soroepidemiológicos. Esses diferentes componentes do sistema de vigilância produzem regularmente informações que ajudam a tomar decisões com base em uma avaliação de risco precisa, oportuna e objetiva.
Nesse sentido, o IMA realizou, nesta campanha, a fiscalização de 2.849 propriedades rurais identificadas como maior risco de uma possível introdução e disseminação da febre aftosa.
Plano estratégico
O Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA) cria e mantém condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa, ampliando zonas livres da doença sem vacinação e protegendo o patrimônio pecuário nacional.
O Plano está alinhado com o Código Sanitário para os Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e com as diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA), convergindo com os esforços para a erradicação da doença na América do Sul.
Para realizar a transição de status sanitário, foram considerados critérios técnicos, estratégicos, geográficos e estruturais, que resultaram no agrupamento das Unidades da Federação em cinco blocos.
Minas Gerais pertence ao Bloco IV, e busca o novo status sanitário de livre de febre aftosa sem vacinação, juntamente com Bahia, Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo, Tocantins, Distrito Federal e parte do Mato Grosso.
Atualmente, a imunização dos animais é fundamental para Minas manter o reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa com vacinação, status concedido pela Organização Mundial de Saúde (OIE), e que mantém importantes acordos internacionais.
Vacinação em 2022
O IMA reforça que terá vacinação contra a febre aftosa em todo o estado em 2022. Conforme o calendário oficial, as etapas ocorrem em maio e novembro.
A retirada da vacinação prevista para o ano passado foi suspensa pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em razão da pandemia.
Entre os principais desafios de Minas Gerais está a finalização do georreferenciamento das propriedades rurais e o aumento no número de vigilâncias ativas e passivas, sendo esta última dependente do engajamento do produtor rural em notificar a suspeita da enfermidade.
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