Em menos de duas semanas de investigações acerca de denúncia de suspeita de pedofilia, reportada por organização não governamental (ONG) americana, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) chegou à identificação de um homem, de 47 anos, que foi preso em flagrante, na terça-feira (11/1/2022), durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência dele, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No imóvel, os policiais civis localizaram expressiva quantidade de material pornográfico infantojuvenil.
Segundo a delegada Mellina Isabel Silva Clemente, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Contagem, unidade responsável pela investigação, o rastreamento do investigado partiu de um armazenamento de imagens. “Nos Estados Unidos, existe uma lei que obriga os provedores de internet a reportarem qualquer tipo de suspeita de exploração sexual envolvendo crianças e adolescentes. O provedor informou à ONG que havia material armazenado vinculado a um servidor localizado em Contagem. E a organização passou a notícia para a Polícia Federal, que nos acionou”, descreve.
Mellina Clemente informa que, de imediato, a PCMG representou à Justiça pelo mandado de busca e apreensão. “As fotos que foram enviadas dos Estados Unidos, em sua grande maioria, são de bebês de colo. Já na casa do investigado, nós encontramos fotos pornográficas de crianças e adolescentes. Inclusive, na residência, foi apreendida uma quantidade boa de roupas novas de bebê. Ele não soube explicar para que isso; falou que iria doar, mas que depois desistiu”, conta.
Autuação
O homem foi autuado pelo crime previsto no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (“Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente”), e encaminhado ao sistema prisional. De acordo com a delegada, em depoimento, o suspeito afirmou que, de fato, recebeu as imagens e não as excluiu. “Ele estava muito preocupado, a todo momento, em dizer que não estuprou, não colocou a mão em ninguém, como se ter as fotos não fosse um ato criminoso”, pontua.
Mellina Clemente acrescenta que, em rápida análise do material apreendido, foi possível ver conversas do investigado, em aplicativo de mensagem e rede social, solicitando imagens de crianças nuas a mães e outras pessoas que tinham crianças em fotos de perfil. “As investigações continuarão. Foi um amplo material apreendido, conseguimos analisar uma parte e todo o restante será periciado. Acredito que novas imagens vão surgir”, conclui.
Repressão
A delegada regional em Contagem, Elisa Moreira, destaca que essa foi a segunda prisão, em menos de um ano, no município, pelo mesmo meio de notificação. “No fim de 2021, a equipe da 1ª Delegacia de Polícia Civil em Contagem também chegou a um indivíduo que praticava crime semelhante. Estamos aqui realmente fechando o cerco e atuando de forma bastante combativa para evitar e, ao menos, reprimir essas ações criminosas”.
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