Seis suspeitos de integrar grupo criminoso são presos pela PCMG

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Seis homens, com idades entre 19 e 37 anos, foram presos pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), e cinco mandados de busca e apreensão, cumpridos na quarta fase da operação Quinto Mandamento. A ação foi deflagrada pelo Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e teve como objetivo desarticular um grupo criminoso voltado ao tráfico de drogas predominante do bairro Novo das Indústrias e adjacências, na região do Barreiro, em Belo Horizonte.

De acordo com o delegado Alexandre Fonseca, responsável pela investigação, os seis indivíduos presos são suspeitos de envolvimento no homicídio ocorrido em 25 de maio de 2021, no Beco da Paz, Via do Minério. Entre eles, está o irmão do principal líder da organização criminosa. Na ocasião, um homem de 34 anos foi morto a tiros e a golpe de facas, socos e chutes. Durante a operação foram apreendidos drogas e dinheiro.

Segundo o delegado, o líder do grupo criminoso foi preso há cerca de cinco meses, em Buritizeiro, no Norte de Minas. Conforme apurado durante as investigações, ele teria ordenado a morte da vítima por causa de um desentendimento na venda de drogas no bairro Novo das Indústrias. “É um indivíduo extremamente perigoso, temido. Mesmo preso, ele ainda é temido na comunidade. Ele é autor de homicídios no aglomerado desde 2003, quando era menor de idade. Pela minha delegacia, esse vai ser o 10º indiciamento dele por homicídio. É um indivíduo com somatória de penas que ultrapassa 100 anos”, disse o delegado Alexandre Fonseca.

A operação

Durante a quarta fase da operação Quinto Mandamento, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão na casa de um dos integrantes do grupo, onde foi encontrado um tablete de crack, além de vários outros pedaços que foram aferidos o peso de 500 gramas. De acordo com o delegado, essa materialidade delitiva corrobora com a motivação do crime e reafirma também o crime de extorsão.

Também foi localizada, durante a ação policial, uma carta que o suspeito escreveu para a mãe. Segundo o delegado, tratava-se de um texto confessional, em que ele pedia desculpas e dava indícios que sairia do crime. “Deduzimos que a intenção dele era arrendar a boca de fumo”.

Dinâmica do crime

A vítima era “gerente de pista”, responsável por recolher o dinheiro da venda de drogas e realizar a contabilidade. Em outubro de 2020, a Polícia Militar apreendeu grande quantidade de drogas na casa da vítima. Por este motivo, foi cobrado pelo chefe da quadrilha o pagamento dessa dívida, que foi estimada em R$4 mil. Como garantia, integrantes da organização criminosa tomaram a moto da vítima.

Para pagar a dívida, a vítima adquiriu drogas em nome do chefe do tráfico e em quantidade superior à usualmente operada por ele, mas não conseguiu pagar o débito. O fornecedor cobrou a dívida do chefe do grupo e do irmão dele, provocando a morte da vítima posteriormente.

Como a vítima já detinha desavenças com outros comparsas da quadrilha, esses foram incumbidos da execução do delito, juntamente com outro suspeito, o qual, por ser “gerente de pista” também, atraiu a vítima para uma emboscada, no Beco da Paz, defronte a casa dos suspeitos. Ele foi executado por meio de disparo de arma de fogo, seguido de esfaqueamento e agressões físicas, cometida por todos os envolvidos. Um dos suspeitos, irmão do chefe do tráfico, figurou como mandante intermediário da ação.

A seguir, um dos envolvidos passou a extorquir a mãe da vítima para que essa lhe pagasse a dívida contraída por ela, de aproximadamente R$20 mil. “Logo após a morte da vítima, foram encontradas na residência anotações, as quais foram definidoras para esclarecer a motivação e até mesmo a autoria do crime. Essas anotações faziam referência ao chefe do tráfico e ao irmão dele”, conta o delegado.

Ainda de acordo com Fonseca, o assassinato foi marcado pela crueldade. A vítima foi ferida com golpes de faca e com tiros e ainda foi agredida violentamente no tronco e na cabeça. A perícia apontou que foram as agressões que provocaram a morte e não os tiros ou as facadas.

Os suspeitos irão responder pelos crimes de homicídio qualificado, extorsão, associação criminosa armada e tráfico de drogas. Eles foram encaminhados ao sistema prisional.

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