Ritual macabro seria motivação para assassinato de crianças em Minas

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Duas crianças, de 4 e 10 anos, teriam sido assassinadas brutalmente em Contagem e Divinópolis por razão de uma prática ritualística. Essa foi a conclusão que a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) chegou após a prisão da mãe e do padrasto das vítimas, de 31 e 25 anos respectivamente. A menina de 10 anos, dias antes de ser assassinada, ainda teria sido abusada sexualmente pelo homem.

Após o assassinato da criança, no bairro Perobas, em Contagem, o casal escondeu o corpo da vítima enrolado em uma capa de colchão debaixo da cama.

Com o encontro do cadáver, na última terça-feira (24/8), a equipe da Delegacia Especializada de Investigações de Homicídios Contagem da PCMG deu início às investigações. A análise das lesões provocadas no corpo da vítima sugeria prática ritualística.

O padrasto foi preso em flagrante pela ocultação de cadáver, no bairro Taquaril, e, em seguida, a mãe foi localizada na Santa Casa de Belo Horizonte, onde também recebeu voz de prisão.

Confissão

Durante interrogatório, ambos confessaram o homicídio e repassaram detalhes do crime, adiantando que a criança não teria sido a primeira vítima do casal. A mãe relatou ter sofrido aborto do filho do suspeito em fevereiro deste ano. O homem, então, supostamente orientado por “entidades sobrenaturais” da religião dele, atribuiu o aborto à presença da filha mais nova da investigada, uma menina de 4 anos.

Ambos planejaram, assim, um suposto sacrifício ritualístico da filha mais nova da mulher, que foi executada em uma casa em Divinópolis, região Centro-Oeste de Minas, e o corpo, em seguida, escondido no bairro Taquaril, em Contagem. A irmã de 10 anos, inclusive, teria presenciado as agressões que culminaram com a morte da criança. Após o assassinato da garota de 4 anos, o casal, acompanhado da menina de 10 anos, foi passar férias no litoral da Bahia.

Tortura

A Polícia Civil estima que o assassinato contra a criança de 10 anos teria sido cometido no final de semana anterior ao encontro do corpo. O padrasto, que alegou estar sob influência de “entidades”, agrediu a menina com chineladas, socos, facadas e golpes com um pedaço de madeira, além de queimar o corpo da criança com cigarro. Toda a tortura foi presenciada por pela mãe.

“Após as agressões, o casal ainda jantou no interior da residência com a criança viva e agonizando, deitada num colchão no chão sendo que na madrugada seguinte a criança veio a óbito, sendo enrolada numa capa de colchão e colocada debaixo da cama do casal”, detalhou o delegado Anderson Resende. “O casal deixou o local do crime às pressas levando apenas a roupa do corpo por temerem sofrer algum tipo de represália por parte dos traficantes locais”, completou.

O delegado adiantou que o homem pretendia fugir para a Bahia e a mulher, se esconderia no bairro Taquaril. Planejavam, ainda, tentar imputar a culpa dos crimes no ex-marido e pai das vítimas.

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