Brasil aderiu menos a home office em relação a outros na AL

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De acordo com a OIT, 23 milhões de pessoas trabalharam remotamente no segundo semestre do ano passado no país

Mesmo com a sensação de que o home office veio para ficar durante a pandemia, o Brasil foi um dos países que registrou menor percentual de pessoas em trabalho remoto da América Latina (AL). O país ficou abaixo de federações vizinhas como Argentina, Chile, Peru e Uruguai, conforme informações da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

De acordo com a OIT, 23 milhões de pessoas trabalharam remotamente no segundo semestre do ano passado. Mesmo com a flexibilização das regras de isolamento social, em função do aumento progressivo da vacinação, os países aumentaram, em média, a prática do home office em aproximadamente 20%.

Já no Brasil, estudo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19, realizada pelo IBGE, mostra que o pico do home office foi de apenas 16% no segundo semestre do ano passado. Se detalharmos mais a pesquisa e separarmos só os assalariados do setor privado, esse número cai para 11.4%.

Apesar das quedas identificadas, em 2018, no período antes da pandemia, o país tinha 3,8 milhões de pessoas trabalhando de casa. O número saltou 8,6 milhões em monitoramento realizado no fim de junho de 2020, quantitativo equivalente a 12,4% da população ocupada.

Razão dos Resultados

Segundo o diretor da OIT para a América Latina e o Caribe, Vinícius Carvalho, um dos motivos do Brasil apresentar números menores é que as políticas de isolamento social no país são menos severas que em outras federações como Argentina e Chile.

Além disso, o Brasil tem um número maior de profissionais formais e informais que não podem migrar suas operações para a residência. Para ilustrar, ele mostra o exemplo de profissionais que estão no setor de serviços ou que possuem menor nível de instrução, que ficaram mais vulneráveis economicamente durante a pandemia.

Futuro do home office

Embora os números demonstrem que o Brasil poderia ter explorado melhor as oportunidades do teletrabalho, o diretor da OIT sinaliza que este modelo de trabalho pode se consolidar no período pós-pandemia.

O especialista avalia que será o momento que as empresas poderão planejar com mais calma seu posicionamento de mercado, considerando o home office como um modelo de negócio dinâmico e sustentável, oferecendo benefícios flexíveis.

De maneira geral, a perspectiva é de queda neste modelo em um primeiro momento, mas de retomada logo em seguida para se consolidar como uma proposta interessante de trabalho para empresas e profissionais.

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