O anúncio do retorno dos voos comerciais no Aeroporto Regional do Vale do Aço a partir de setembro foi feito em audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Na reunião desta terça-feira (22/6/2021), também foram discutidos planos de ampliação da infraestrutura aeroportuária, apontada pelos participantes como essencial para o crescimento econômico da região.
Fechado desde 2020, o aeroporto está passando por uma grande reforma com custo total de R$ 13,2 milhões, sendo que 90% desse valor será pago pelo governo federal, conforme informou o diretor do Departamento de Investimento da Secretaria Nacional de Aviação Civil, Eduardo Bernardi. O restante será pago como contrapartida pelo governo estadual.
O contrato com esse arranjo foi firmado ainda em 2019, mas as obras só começaram este ano, em função das limitações impostas pelo calendário eleitoral de 2020 e pelo posterior período chuvoso, ainda de acordo com Eduardo Bernardi. A pista está sendo totalmente refeita e todos os pavilhões do aeroporto passam por manutenção.
“O objetivo é entregar um aeroporto com recuperação definitiva, para evitarmos constantes interrupções do tráfego para pequenos reparos”, explicou o convidado. Os demais participantes da audiência comemoraram. O diretor-geral da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Aço, João Luiz Andrade, chamou de “vagalume” o funcionamento anterior do aeroporto, marcado por constantes fechamentos para manutenção.
Ampliações futuras ainda serão necessárias
João Luiz Andrade lamentou que a região do Vale do Aço, apesar da sua importância para a economia mineira, tem vivido um “apagão logístico”. Isso porque, além do fechamento do aeroporto nos últimos anos, a principal rodovia que corta a região, a BR-381, tem vários trechos em obras que já se estendem há anos e dificultam o tráfego.
Ele comparou os investimentos feitos em aeroportos de outras regiões mineiras de porte semelhante ao longo dos últimos anos, ao lembrar que as estruturas de Juiz de Fora (Zona da Mata), Montes Claros (Norte de Minas) e Uberlândia (Triângulo Mineiro) foram ampliadas. O Vale do Aço teria sido a única, portanto, a ficar de fora. Por isso, João Luiz Andrade comemorou a reforma e o retorno às atividades em setembro, mas salientou que é preciso também pensar em ampliações futuras.
Nesse sentido, o gestor afirmou que já está sendo produzido um Plano Diretor de Desenvolvimento, com previsões de demanda para o aeroporto, e que, a partir dele, deverão ser iniciadas negociações entre os municípios, o Estado e a União para as ampliações. Estariam nos planos, segundo ele, um terminal de cargas, um pátio maior para as aeronaves e a extensão das áreas de embarque e desembarque.
Sobre a necessidade de melhorias no transporte de cargas, o diretor de Atração de Investimentos do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), Ronaldo Barquette, afirmou que 80% da carga aérea com destino final em Minas Gerais é desembarcada em São Paulo e segue de caminhão para Minas. “Isso é inaceitável”, se queixou. O diretor de Transporte Aeroviário da Secretaria estadual de Infraestrutura e Mobilidade, Hélio Borchardt, realçou, nessa perspectiva, que o aeroporto do Vale do Aço já tem algumas vantagens competitivas, como a proximidade com uma linha férrea.
Passageiros – Hélio Borchardt também reconheceu que estudo recente indica que as atuais instalações para passageiros do aeroporto do Vale do Aço, que estão sendo reformadas, mas sem qualquer ampliação ou modificação, estão aquém de oferecer um bom serviço. “Por isso o Plano Diretor é tão importante, é a partir dele que o projeto de melhorias será feito”, disse.
Ainda a respeito do transporte de passageiros, ele relatou que está em contato próximo com a empresa aérea que operava no local antes da reforma e que eles estão avisados sobre os prazos e que devem voltar a operar lá já em setembro.
Ronaldo Barquette, por sua vez, lembrou que as empresas de transporte regular de passageiros receberam incentivos fiscais para incentivar a ampliação da cobertura no interior de Minas Gerais, o que pode gerar aumento de demanda no aeroporto do Vale do Aço. Segundo ele, isenções tributárias no ICMS do querosene da aviação são calculadas a partir da quilometragem rodada, do número de municípios atendidos e do número de assentos nos aviões.
Rosângela Reis e Bartô (Foto: Sarah Torres/ALMG)
História – A deputada Rosângela Reis (Pode) comemorou as notícias e falou da importância do diálogo para que todas as partes envolvidas e a população saibam do andamento das obras. Ela também contou um pouco da história do aeroporto, construído em 1959 e em operação desde 1977, inicialmente para atender os funcionários das empresas siderúrgicas da região e depois aberto para voos comerciais. A parlamentar salientou a importância do investimento contínuo na estrutura aeroviária para apoiar o desenvolvimento econômico da região.
O deputado Bartô (Novo) também se mostrou satisfeito com o que foi informado durante a reunião e exaltou a importância do aeroporto, salientando que destinou parte das suas emendas parlamentares para a elaboração do Plano Diretor.
——————
Quer receber as notícias do Aconteceu no Vale em primeira mão? Siga-nos no Facebook @aconteceunovale, Twitter @noticiadosvales e Instagram @aconteceunovale.