Apenas um trecho da BR-367 entrou no Orçamento Geral da União para 2014

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Erosão deixa trecho entre Minas Novas e Chapada do Norte quase inacessível

Maior parte das emendas da bancada mineira ao Orçamento de 2014 vai para instituições de ensino superior. Dos R$ 575 milhões aprovados a pedido dos deputados federais mineiros, R$ 219 milhões são para a educação.

Entre as estradas que podem ser atendidas com a verba das emendas está o entroncamento da MG-406 com a BR-367, em Salto da Divisa, na divisa entre Minas e a Bahia, que tem previsão de R$ 10,5 milhões em investimentos.

Outros R$ 48,9 milhões são para a pavimentação de entroncamentos nas BRs 364, 365 e 154. Os parlamentares incluíram mais duas rubricas de R$ 10,5 milhões: uma para o entroncamento da BR-494 com a MG-423, próximo à Nova Serrana, e outra para o Anel Rodoviário de Belo Horizonte.

Na área de saúde, as prioridades foram a estruturação de unidades de atenção especializada (R$ 84,7 milhões) e da rede de atenção básica (R$ 32 milhões).

Pavimentação da BR-367 é promessa de campanha de Lula e da presidenta Dilma

A BR-367 é uma importante ligação ente Minas Gerais e o litoral baiano. Iniciada na década de 50, durante o governo de Juscelino Kubitschek, alguns trechos da rodovia se encontram em situação caótica. O asfalto, que começou a ser implantado em 1980, até hoje não foi concluído.

Apesar de ter sido aberta em 1950, pelo então Governador de Minas Juscelino Kubitschek, mais de 100 km da rodovia não tem asfalto. Em alguns locais, a estrada parece ter parado no tempo. Além da terra, muita gente se arrisca nas pontes de madeira, que ainda existem.

O primeiro trecho está localizado entre Minas Novas e Chapada do Norte. Em uma distância de 20 km o asfalto se alterna com a terra. Além da poeira, verdadeiras crateras se formaram ao longo da rodovia, provocadas pela erosão.

Depois de Chapada do Norte, a próxima cidade é Berilo. São mais 20 Km de terra, uma estrada que parece ter parado no tempo.

Nesse trecho estão localizadas as primeiras pontes de madeira da rodovia. O estado delas é crítico. A mais perigosa fica logo depois de uma curva e não oferece nenhum tipo de segurança. Ela está sem proteção lateral e com várias tábuas soltas.

Medo e indignação. Esses são alguns dos sentimentos de quem se arrisca na BR-367. Nas pontes de madeira, caminhões e carros disputam espaço com pedestres e motociclistas.

De Berilo à cidade de Virgem da Lapa o percurso é feito também em estrada de terra com muitos buracos e pontes, sem o mínimo de segurança. Um dos pontos mais críticos é o da região conhecida como Córrego do Barbosa. No local existia uma ponte de concreto, que segundo os moradores, foi levada pela enchente há 9 anos.


Ponte Virgem da Lapa (Foto: Marina Pereira)

Ponte de concreto está desativada há 9 anos

Enquanto uma nova estrutura não é construída, quem precisa ir a Virgem da Lapa passa por dentro do córrego, que em período chuvoso torna-se muito perigoso.

A moradora Ana Rodrigues é quem socorre as pessoas que enfrentam dificuldades para passar no local. “Quando chove, as vezes eu nem durmo a noite, socorrendo o povo. Já vi o desespero de muita gente, sendo levado pela água”, declara.

Movida pelo espírito solidário, Ana abre as portas de sua residência. “Todo mundo que não consegue atravessar eu acolho na minha casa. Já teve época de ficar com hospedes até 18 dias seguidos”.

Depois de Virgem da Lapa, o próximo trecho de terra é entre Almenara e Salto da Divisa, passando pela cidade de Jacinto. Sendo que, até Jacinto, os 51 km de estrada também se alternam, entre asfalto e terra.

Seguidos de mais 48 km de terra até Salto da Divisa, última cidade de Minas Gerais, cortada pela BR-367. Nos dois trechos existem mais de 10 pontes de madeira. Porém, todas bem sinalizadas, diferentemente das encontradas nos outros locais.

Depois de Salto da Divisa, a BR-367 continua em território Baiano. A rodovia, que passa por mais quatro municípios, está asfaltada e em boas condições.


Ponte Salto da divisa (Foto: Marina Pereira)

Ponte entre Jacinto a Salto da Divisa
O que diz o DNIT

De acordo com o superintendente do DNIT em Minas Gerais, José Maria da Cunha, a licitação para a conclusão das obras já foi concluída, e, até julho de 2014, a empresa deve finalizar os projetos para início da pavimentação da BR-367.

Ainda segundo ele, o projeto implica em colocar a rodovia nos padrões do órgão, uma vez que ainda existe um longo trecho sem asfalto de revestimento primário. “Além da pavimentação da estrada de terra vamos substituir também as pontes de madeiras por concreto”, afirma.

Segundo o DNIT os recursos para pavimentação da BR-367 deverão sair do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento.

Veja as áreas para as quais os 53 deputados federais mineiros destinaram recursos a partir do Orçamento da União

Infraestrutura

Trechos rodoviários em Minas Gerais:

» Entroncamento MG-406 (Almenara) na BR-367: R$ 10,5 milhões

» Entroncamento das BRs 364, 365 e 154: R$ 48,994 milhões

» Entroncamento BR-494/MG-423 na BR-262 (Triângulo Mineiro): R$10,5 milhões

» Desenvolvimento urbano de Contagem: R$ 30 milhões

» Obras de infraestrutura hídrica: R$ 36 milhões

» Anel Rodoviário de Belo Horizonte: R$ 10,5 milhões

Educação

» Entidades de ensino superior não federais: R$ 16,762 milhões para Uemg e R$ 5,3 milhões para Unimontes

» Instituições federais de educação profissional e tecnológica: R$ 25 milhões

» Instituições federais de ensino superior (três emendas): R$ 10,3 milhões, R$ 30,3 milhões e R$ 16,8 milhões

» Universidade federal de São João del-Rei: R$ 40,3 milhões

» Apoio ao transporte escolar para educação básica (Caminho da Escola): R$ 44,3 milhões

» Implantação de parques científicos tecnológicos no ensino superior: R$ 30 milhões

Segurança

» Aquisição de blindados Guarani: R$ 10,5 milhões

Saúde

» Estruturação de unidades de atenção especializada (três emendas): R$ 22,5 milhões, R$ 20,2 milhões e R$ 40 milhões

» Rede de atenção básica de saúde em Belo Horizonte: R$ 32 milhões

Moradia

» Habitação social (Minha casa, minha vida): R$ 50 milhões

Agricultura

» Implantação do Centro de Biossegurança e Quarentena Vegetal: R$ 30 milhões

Total: R$ 575.256.329

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