Alimentação saudável é importante aliada durante a pandemia, alerta nutricionista do CEFET-MG

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O isolamento social, importante para conter o avanço do Coronavírus (COVID-19), trouxe consigo a necessidade de um novo olhar sobre o cotidiano da população mundial. E na alimentação não foi diferente. Quais alimentos consumir, quais as formas corretas de higienização, como conduzir as rotinas alimentares são alguns dos hábitos que precisaram ser repensados neste período.

A nutricionista da Coordenação de Política Estudantil do CEFET-MG campus Divinópolis, Larissa Ananda da Silva, nos lembra que uma alimentação saudável é de extrema importância para a manutenção da saúde e do bem-estar em qualquer situação. Porém, neste período, três benefícios ganham destaque: o controle de obesidade e doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e hipertensão, que podem ser consideradas fatores de risco para as pessoas acometidas pelo Coronavírus; o favorecimento do bom funcionamento do corpo e do sistema de defesa; e, para aqueles que têm mantido uma rotina de estudos e trabalho em casa, o auxílio em um melhor desempenho, com maior produtividade e concentração.

“Neste período é importante estabelecer uma rotina de horários e atividades, dentro das atuais possibilidades, para evitar um estado de ansiedade, que pode contribuir para o descontrole da alimentação. Portanto, o ideal é reservar um horário do dia para a prática de atividades físicas, para a exposição ao sol e para fazer as refeições sempre nos mesmos horários”, avalia. Para aqueles que têm vontade de “beliscar” o tempo todo, uma sugestão é fazer diariamente todas as refeições, incluindo lanches intermediários, de forma equilibrada e sem pular nenhuma etapa, para que a pessoa possa se sentir saciada.

Mas, em que consiste uma alimentação saudável? De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, significa o resgate de práticas culturais, o estímulo ao consumo de alimentos saudáveis regionais e a consideração a aspectos comportamentais e afetivos relacionados aos alimentos. “Para aqueles que têm disponibilidade, uma sugestão é aproveitar este momento para desenvolver habilidades culinárias e aprender a cozinhar. Busque receitas na internet, em livros ou mesmo através de familiares. O importante é começar e praticar, para que, com o tempo, possa recuperar sua autonomia quanto à própria alimentação”, acrescenta a nutricionista.

Larissa indica a ingestão frequente de água e, preferencialmente, o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, de origem predominantemente vegetal. “Uma recomendação adicional é a exposição diária ao sol, para que o corpo produza vitamina D, um fator relevante para nossa saúde, inclusive para a imunidade”. Deve-se também evitar alimentos ultraprocessados, como fast foods, biscoitos, refrigerantes e outros ricos em gordura, açúcar e aditivos como corantes e aromatizantes, frituras e bebidas alcoólicas.

Diante do excesso de informação e da disponibilidade de produtos e serviços na internet, o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) alerta sobre técnicas “milagrosas” no campo da nutrição, que incluem superalimentos, shots, sucos e terapias que, supostamente seriam capazes de prevenir ou combater o Coronavírus. Em nota, o CFN confirma que uma alimentação rica em micronutrientes (minerais e vitaminas), se utilizados de forma habitual, podem condicionar um sistema imunológico mais eficiente, com menor risco de doenças. “Entretanto, é importante ter consciência que tais hábitos não nos livram da responsabilidade de adotar as medidas preventivas recomendadas”.

Confira as dicas da nutricionista Larissa Ananda da Silva

Alimentos recomendados

  • Legumes;
  • Verduras – inclusive as de folhas verde-escuras;
  • Frutas – priorize as secas, as cítricas (como laranja, mexerica, limão e acerola) e as vermelhas
  • Leguminosas – feijão, lentilha e grão-de-bico;
  • Castanhas;
  • Sementes – inclusive sementes de abóbora, linhaça e gergelim;
  • Grãos integrais.

Orientações para higienização de alimentos e embalagens

  • Retire as compras das sacolas plásticas (se utilizadas) evitando que entrem em contato com mesas e bancadas;
  • Lave as embalagens de alimentos com água corrente e sabão, quando possível e, em seguida, como medida adicional, borrife álcool 70% sobre as embalagens;
  • Descarte as embalagens dos hortifrútis e higienize-os antes de armazenar na geladeira ou de consumi-los: lave em água corrente e deixe submerso em solução com hipoclorito de sódio (conforme orientação de diluição presente na embalagem do produto).

    OBS: sempre lave as mãos após manusear alimentos crus ou que ainda não foram higienizados.

Bons hábitos na quarentena

  • Não estoque alimentos. Essa é uma atitude ética, a fim de não prejudicar ainda mais aqueles que estão socioeconomicamente mais vulneráveis, já que a alta procura no mercado eleva o preço final dos produtos;
  • Não compre grandes quantidades de alimentos perecíveis. Caso não sejam consumidos a tempo, terá jogado dinheiro fora;
  • Organize sua ida ao supermercado ou sacolão fazendo uma lista com os itens que você realmente precisa;
  • Avalie com atenção os alimentos, pois nem sempre aqueles com pequenos defeitos estão de fato estragados. Retire as partes deterioradas e utilize o restante;
  • Utilize os alimentos de forma integral, como folhas, talos e cascas;
  • As sobras de alimentos podem ser armazenadas na geladeira por até três dias, então, aproveite e utilize-as em outras preparações;
  • Verifique a validade dos alimentos e dê prioridade de consumo para aqueles que possuam vencimento próximo.

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